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Após a confirmação dos exames do Agente Policial Júlio César Clemente, que faleceu no último dia 17 de agosto devido ao vírus do Hantavírus, as orientações foram intensificadas. A Prefeitura de Tupã, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e o setor de Vigilância Epidemiológica, realizará a partir desta segunda-feira uma intensificação na orientação sobre a doença Hantavirose nas unidades de saúde de Tupã. Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Tupã, Joselaine Pio Rocha, a doença é bastante grave e é provocada por diferentes sorotipos de Hantavirus eliminados nas fezes, urina e saliva de roedores silvestres. "A hantavirose é uma doença de notificação compulsória e de investigação epidemiológica obrigatória. Nesta semana estaremos intensificando as ações de orientação e prevenção da doença. O objetivo é localizar os focos de transmissão dessa doença de distribuição universal, e implantar medidas de controle da zoonose e de tratamento das pessoas já infectadas", contou. De acordo com Josi, na maior parte dos casos, a transmissão para o homem se dá em ambientes fechados pela inalação de aerossóis (partículas suspensas na poeira) provenientes das secreções e excretas dos hospedeiros, que funcionam como reservatórios do vírus. Ela pode também ocorrer pelo contato direto com esse material infectado ou através de ferimentos na pele, assim como pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Embora menos frequente, mordidas desses animais são outra forma possível de contágio. Doença A hantavirose pode manifestar-se como uma doença febril, aguda e inespecífica ou sob formas mais graves como a febre hemorrágica com síndrome renal (FHSR), prevalente na Europa e Ásia, e a síndrome pulmonar por hantavirose (HPS), com maior incidência nas Américas, onde o número de casos, muitos deles letais, tem aumentado nos últimos tempos. A doença foi detectada pela primeira vez em 1993, nos Estados Unidos. Na região do Cerrado brasileiro, o rato silvestre reservatório do hantavírus é o Bolomys lasiurius, conhecido como rato do capim ou rato-da-cauda-peluda. Apesar de registrada em quase todo o País, a doença tem maior incidência no Sul e no Centro-Oeste. São considerados grupos de risco para as hantaviroses: os moradores das áreas rurais, especialmente os envolvidos em atividades agropecuárias e de reflorestamento, os trabalhadores encarregados da limpeza de paióis, celeiros e galpões para o armazenamento de alimentos e ração. Fazem parte também do grupo de risco as pessoas que fazem trilhas ou acampam nas matas. Sintomas Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, os principais sintomas da doença são: dor no corpo, dor na barriga, cansaço, febre alta, tosse seca. Ao aparecimento de qualquer um desses sinais uma Unidade Básica de Saúde deve ser procurada o mais rápido possível. O período de incubação pode variar de cinco a 60 dias. Em parte dos casos, a hantavirose pode ser assintomática, prova disso é a presença de anticorpos circulantes em portadores do vírus que nunca manifestaram sinais da doença. "Alguns sintomas de instalação súbita são mais específicos da SHFR: aumento da uréia no sangue (uremia), diminuição na produção de urina (oligúria), sangramentos gengivais, petéquias (pequenas manchas avermelhadas ou arroxeadas pelo corpo), insuficiência renal e choque (queda de pressão que causa comprometimento do funcionamento normal dos órgãos). Tosse seca, falta de ar (dispneia), hipotensão arterial, insuficiência respiratória causada pelo acúmulo de líquido nos pulmões (edema) e colapso circulatório são característicos da síndrome cardiopulmonar por hantavirus", explicou. Diagnóstico Segundo Josi, para um diagnostico eficaz, além de considerar as queixas e sintomas do paciente e as condições do local mora, trabalha ou visitou, o paciente também deve realizar exames específicos que detectam anticorpos produzidos pelo organismo contra o hantavírus, como o ELISA IgM e IgG, a imunofluorescência indireta, neutralização, hemaglutinação passiva, western-blot, PCR e coloração imuno-histoquímica. Prevenção De acordo com a enfermeira, não existe vacina contra a hantavirose, que é uma doença emergente, mas pouco conhecida. Até o momento, a prevenção baseia-se na implementação de medidas que impeçam o contato do homem com os roedores e suas excretas. "Para tanto, é preciso adotar práticas de higiene, saneamento e manejo ambiental que impeçam a aproximação desses animais e revertam em condições mais adequadas de moradias e dos locais de trabalho, especialmente para as populações de maior risco", destacou. Tratamento Segundo ela, também não existe tratamento específico para nenhuma das formas de hantavirose. As alternativas terapêuticas limitam-se à introdução de medidas de suporte na fase aguda em ambiente hospitalar, preferivelmente em UTIs. Apesar do risco de morte que representa, a hantavirose pode ser curada desde que o diagnóstico seja feito precocemente e os pacientes recebam os cuidados necessários sem perda de tempo. Recomendações De acordo com a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, o hantavirus é inativado em poucas horas quando exposto ao sol. Por isso, antes de entrar num local que fica permanentemente fechado, a pessoa deve abrir portas e janelas para promover a entrada de ar e luz solar. Outra recomendação é nunca varrer ou espanar lugares que possam servir de habitat ou passagem para os roedores. A limpeza deve ser feita sempre com panos úmidos embebidos em desinfetantes. Além disso é essencial estocar os alimentos em utensílios fechados e lavar pratos e talheres logo depois de usá-los. Também é importante tomar cuidado em acampamentos. As barracas devem ser armadas com fundo impermeável numa clareira afastada da mata. Manter a área ao redor das casas sempre limpas e livres de vegetação que possa abrigar roedores e manter as mãos sempre limpas e bem lavadas também podem ajudar a evitar a doença.

Assessoria de Imprensa

Paineira Tupã

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