Uma das obras mais polêmicas de Tupã pode ser novamente retomada neste ano, depois de 20 anos de execução. A construção do "Espaço das Artes", na Avenida Tamoios esquina com a Rua Tapajós, foi iniciada ainda com recursos da Lei Rouanet.
Nas últimas décadas, o prédio já foi palco de discussões, "cárcere privado", improbidade administrativa, mas nunca utilizado para o seu determinado fim: o desenvolvimento da cultura local. Administrações entraram e saíram sem conseguir concluir a obra que, para muitos, já se transformou em "novela", encenação e retrato da má gestão dos recursos públicos.
Obra
A obra do "Espaço das Artes", orçada em cerca de R$ 690 mil, na atual etapa, está paralisada há cerca de 2 anos, com 20% dos trabalhos concluídos. Vale lembrar que a atual etapa da construção foi iniciada no mês de março de 2011, segundo dados da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento).
A obra passou por duas licitações e o aditivo não foi consolidado junto ao governo do Estado. A prefeitura tem divergências no pagamento da terceira parcela de cerca de R$ 500 mil, que falta ser repassada.
Por outro lado, a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo informou, no mês de setembro de 2016, que a terceira parcela não foi efetivada porque a Prefeitura de Tupã não apresentou a "planilha-serviços", documento fundamental para a liberação da obra.
Em contrapartida, a prefeitura respondeu que o valor da terceira parcela faz parte da licitação, e que não precisa encaminhar outros documentos para a liberação dos recursos.
Para concluir as obras no "Espaço das Artes", falta realizar as instalações elétricas, revestimento dos sanitários, instalações hidráulicas, pavimentação do teatro, pintura e instalação de equipamentos, como poltronas, aparelhos de ar-condicionado e revestimento acústico.
Conversações
A administração do prefeito José Ricardo Raymundo (PV) busca somar forças com o governo estadual para retomar a obra paralisada. Raymundo pretendia, inicialmente, concluir a obra até o aniversário da cidade, no dia 12 de outubro, algo que não deverá acontecer por conta da burocracia e falta de prazo.
A obra possui convênio com o DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias). O órgão pertence à Secretaria Estadual de Turismo, que tem como secretário Laércio Benko (PHS).
Em visita ao município, Benko disse que Tupã teria um "canal direto" com a pasta estadual para "destravar" as obras paralisadas, por meio da assinatura de novos convênios.
Para não perder a oportunidade de retomar a obra, Raymundo solicitou apoio político do presidente da Executiva municipal do PSB, Thiago Santos, para articular a renovação dos convênios junto ao vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB).
Santos disse que o município contará com "novidades" do governo estadual, mas preferiu não antecipar o resultado das conversações.
Redação TupãCity