A burocracia e os gastos para a manutenção dos veículos reduziu o número de mototaxistas no município. O empresário Mário Barbosa, dono de uma agência de mototáxi localizada na Rua Caetés, 659, disse que nos últimos cinco anos a procura pela profissão caiu cerca de 40% em Tupã. "A procura está pouca. Temos dificuldade para encontrar mototaxistas, por conta da documentação exigida e falta de curso que acontece somente na cidade de Marília", observou.
O empresário disse que o setor já foi mais "bagunçado", com a presença de pessoas descompromissadas com a profissão. "Antes, tínhamos muita ‘molecada’, alguns profissionais sem compromisso. Hoje, somente pais de família procuram pela profissão. Eles levam o trabalho a sério", afirmou.
Burocracia
Barbosa destacou que, atualmente, são exigidos muitos documentos para que o mototaxista exerça sua profissão no município. "O recadastramento acontece todos os anos, o curso em Marília de cinco em cinco anos, e temos que trocar de moto a cada sete anos", afirmou.
"Renovamos o curso dos nossos mototaxistas no mês de agosto sem ajuda ou fornecimento de ônibus (do poder público)", completou.
O calendário para recadastramento dos mototaxistas é agendado nos 15 primeiros dias úteis do mês de dezembro.
Gastos
De acordo com o empresário, a categoria conta com dois principais problemas para trabalhar em Tupã: ruas esburacadas, que elevam o custo de manutenção dos veículos, e o preço dos combustíveis. A maioria das motocicletas roda com gasolina. Nos postos de Tupã, o litro do combustível custa, em média, R$ 3,85.
Barbosa explicou que as ruas esburacadas ocasionam a troca de pneus a cada quatro meses, com custo de R$ 140,00; troca de transmissão a cada quatro meses, com custo de 90,00; e troca de óleo semanal, com custo de R$ 12,00. "Não é fácil manter esses gastos. Temos ainda as despesas com os coletes, que custam de R$ 80,00 a R$ 100,00", afirmou o empresário que possui 15 mototaxistas em sua agência.
Vale lembrar que a "corrida" de um mototáxi, em dias úteis, custa R$ 5,00 de "bairro a bairro" e, depois das 19 horas, R$ 6,00. Aos sábados, após as 14 horas, e aos domingos a "corrida" custa R$ 6,00.
Fiscalização
O empresário destacou que a fiscalização nas agências não ocorre de forma "severa", o que aumenta a presença de mototaxistas "clandestinos" nas ruas. "Há mototaxistas que trabalham com ‘placa branca’, sem coletes e que estão irregulares", afirmou.
A multa aplicada para a agência que tiver mototaxistas "clandestinos" é de cerca de R$ 2 mil. Cada profissional irregular também é penalizado com multa de cerca de R$ 2 mil.
Apesar da fiscalização ainda que branda e das exigências solicitadas para prática da profissão, o empresário disse que o setor melhorou cerca de 80% nos últimos cinco anos. "Hoje trabalhar como mototaxista ‘empata’. Graças a Deus não temos mais casos de assalto e de passageiros portando drogas", ressaltou.
Redação Diário de Tupã