Pelo menos 193 funcionários do setor da saúde serão demitidos até o final deste ano, devido a falta de políticas públicas para manter os atendimentos nos hospitais e entidades de Tupã.
As demissões atingem o setor desde o mês de dezembro de 2015. Centenas de pessoas continuam desempregadas no município, por falta de oportunidades no mercado de trabalho, atingido com a píor crise da história no setor.
As primeiras demissões coletivas ocorreram no mês de dezembro de 2015, com o desligamento de cerca de 62 funcionários do IPT (Instituto de Psiquiatria Tupã), segundo levantamento da subsede do SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde), sub-sede de Tupã.
Na época, o mais tradicional hospital psiquiátrico da região alegou indisponibilidade de recursos para manter os atendimentos, causados pela falta de reajuste da tabela SUS (Sistema Único de Saúde).
As demissões coletivas na Clínica de Repouso Dom Bosco ocorrem desde o mês de outubro deste ano, sendo que 81 funcionários já foram desligados. Mas, ao todo, serão 84, de acordo com o presidente do SindSaúde de Tupã, Orides Sávio Vivi. "Dois funcionários que ainda ficaram são do setor administrativo e outro espera aposentadoria", salientou.
Segundo Vivi, o sindicato ainda não foi procurado para regularizar a demissão dos funcionários da Aapehosp. Estima-se que cerca de 50 trabalhadores serão desligados da entidade. Também no caso do São Francisco, sabe-se que serão feitas demissões, que ainda não foram dimensionadas.
No caso do IPT e Clínica Dom Bosco, o argumento é que o setor passa por um momento de reorganização da rede de atenção psicossocial, a nível nacional, que prevê a desinstitucionalização dos pacientes internos de hospitais psiquiátricos, determinando o direcionamento do modelo de assistência em saúde mental.
São Francisco
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores explicou que a Santa Casa negocia com o Hospital São Francisco a recontratação dos funcionários que serão demitidos, com a transferência dos atendimentos. A previsão inicial é de que 228 funcionários sejam demitidos do hospital, com acerto trabalhista parcelado. "Se não fosse isso (transferência), a situação ia ficar ainda pior, com demissões em massa. A população iria ficar ‘a Deus dará’", disse. "Se com o ‘teto’ (de recursos) dos dois hospitais já não se consegue manter os atendimentos, imagine com apenas um", completou.
Atualmente o hospital São Francisco possui receita de R$ 1,35 milhão por mês e despesa de R$ 1,1 milhão. Com um saldo negativo de cerca de R$ 250 mil mensais, o hospital acumula dívida de R$ 17 milhões, somente em impostos.
Vivi explicou que a base do sindicato, localizada na cidade de Campinas, também enfrenta dificuldades para manter os funcionários nos hospitais, devido a crise financeira do País. "A situação foi amenizada. Acredito que no interior as pessoas acabaram se ajudando por se conhecerem melhor. Tivemos um pouco de sorte nesse sentido", acentuou.
Redação Diário de Tupã
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