HUM TUPÃ

Contar com atendimento adequado em saúde mental pode ser um dos principais meios de combater o suicídio. O comportamento suicida é um tabu devido à complexidade do ato, e demanda atenção de profissionais que possam tratar dos riscos e das possibilidades de prevenção. O diretor de Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, enfermeiro Fernando Neves Januário, explica que a maioria das vítimas de suicídio já falou, ao menos uma vez para alguém próximo, que planejava se matar. Por isso, levar a sério qualquer possível sinal ou ameaça já é uma maneira de prevenir o suicídio. "Os sinais existem na maioria dos casos de morte voluntária. Às vezes, eles estão nas palavras, como nos sinais verbais de quem diz, por exemplo, que não vê mais graça na vida e quer ‘terminar com tudo’”, disse. Existem alertas que se confundem com sintomas de depressão, como mudanças bruscas de humor, recolhimento, tristeza, ansiedade, uso de substâncias tóxicas, agitação, insônia e desesperança. "É preciso um alerta maior quando a pessoa demonstra ter avançado na ideação do suicídio, ou seja, já se decidiu sobre a própria morte, com sinais de despedida, desapego e falta de planos”, comentou Fernando. De acordo com o boletim epidemiológico sobre suicídio, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, esta é a quarta maior causa de morte entre pessoas em idades de 15 a 29 anos."É difícil compreender como alguém idealiza e planifica sua própria morte, escolhe o método que vai utilizar para isto, e o ponha em prática. Possivelmente, a vontade de se aliviar de um sofrimento emocional intolerável proporciona uma aproximação da pessoa com as diversas formas de comportamento suicida”, comenta o enfermeiro. CAPS na prevenção Os Centros de Atenção Psicossociais são de fundamental importância no combate ao suicídio, pois contam com profissionais capacitados para acolher as pessoas que estejam propensas a cometer o ato.Fernando Januário explica que existe um fluxograma organizado no município de Tupã, onde as pessoas que por algum motivo, e de alguma forma tentaram suicídio, foram socorridas em unidades de urgência e emergência como prontos socorros ou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A partir da tentativa, uma ficha de investigação compulsória é preenchida e a notificação encaminhada para a Vigilância Epidemiológica Municipal, sendo alimentada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e posteriormente para o CAPS. Com os dados apresentados na notificação, uma equipe multiprofissional realiza a busca ativa inserindo o indivíduo em tratamento no CAPS de forma intensiva."Até o momento em 2018 foram registradas 36 notificações de tentativas. Deste número, algumas pessoas já tiveram alta referenciada do serviço por não apresentar mais risco eminente de suicídio e outras continuam em tratamento”, esclareceu Fernando. Vale lembrar que para receber tratamento, o indivíduo pode procurar o CAPS por demanda espontânea ou encaminhamento de diversos setores da saúde e assistência social do município. O enfermeiro ressaltou ainda que devem ser levadas em conta as expectativas do indivíduo e avaliados os riscos. "Este primeiro contato auxilia na criação de um vínculo entre o usuário e o serviço. Após a discussão entre a equipe, é realizada a construção de um Projeto Terapêutico Singular”. No mês de setembro, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do CAPS participará intensivamente da campanha "Setembro Amarelo”, que tem objetivo de alertar a população a respeito da realidade do suicídio. Ainda neste mês, será definida a comissão da campanha deste ano, que será divulgada no mês de sua realização. "Desta forma, acreditamos na redução gradativa do número de notificações de tentativas e o aumento de buscas voluntárias para o risco de suicídio”, enfatiza Januário. Como ajudar? Ao notar que alguém esteja pensando em cometer suicídio, a orientação é simples: conversar de forma direta e sem julgamentos; tentar identificar em que estágio a pessoa se encontra, se a ideia apenas passa pela cabeça ou se já avançou para o planejamento. "Por fim, e mais importante: ouça, ouça e ouça. Muitas vezes, ter com quem conversar é o que as pessoas mais precisam. Seja generoso e evite dar opiniões. Com delicadeza, ofereça ajuda e sugira procurar uma unidade de saúde. A dor do outro nós nunca conseguimos alcançar”, orientou Fernando.Cabe ressaltar ainda que no último dia 1º de julho foi lançado o telefone nacional "188” de apoio a quem precisa falar com alguém no momento que pensa em cometer suicídio. A ligação é gratuita. O CAPS II de Tupã está localizado na Rua Iracema, 100, Vila Sevilha. Os telefones para contato são (14) 3491-2061 e (14) 3491-2311. Todas as pessoas que procurarem a Unidade de Saúde CAPS II serão acolhidas por um profissional de nível superior da equipe técnica, que ouvirá e identificará sua necessidade.

CAPS II de Tupã fica na rua Iracema, 100, Vila Sevilha

Assessoria

cabonnet

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