Servidores lotam Câmara e pressionam executivo sobre proposta de reajuste
25/06/2019 Os trabalhadores pressionaram executivo para que a proposta fosse debatida novamente e pediram aos vereadores que não colocassem o projeto em regime de urgência
Os servidores municipais lotaram a galeria da Câmara Municipal nesta segunda-feira (24) em protesto quanto ao reajuste salarial proposto pelo prefeito Caio Aoqui.
Os trabalhadores pressionaram executivo para que a proposta fosse debatida novamente e pediram aos vereadores que não colocassem o projeto em regime de urgência, mas que novas discussões e conversas sobre o assunto fossem convocadas.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Marcos Barbosa, o "Borracha", usou a tribuna para falar sobre os direitos dos servidores e foi aplaudido pela categoria.
Os vereadores aceitaram o pedido dos servidores e decidiram analisar melhor o projeto antes de dar o parecer definitivo sobre o assunto.
Nesta terça-feira (25), segundo Borracha, já foram feitas reuniões sobre o assunto.
O que pedem os servidores
O chefe do Executivo, Caio Aoqui, propôs reajuste salarial de 3,75% aos servidores públicos e aumento de R$ 41,14 no vale-alimentação. O mesmo índice da inflação de 2018 será aplicado para corrigir o valor do benefício da assiduidade. O vale-alimentação teria reajuste de 15%, passando de R$ 275,00 para R$ 316,14.
Borracha disse que, antes da sua cassação, o então prefeito José Ricardo Raymundo ofereceu a proposta de 3,75% mais R$ 10,00 no vale-alimentação: "Mas não aceitamos”, destacou.
Depois, outra proposta da gestão anterior ofereceu reajuste salarial de 5,75% aos servidores que recebem entre R$ 982,00 a R$ 3.140,00, com vale-alimentação de R$ 316,00. "Fizemos as contas e apontamos que o reajuste de 5,75% não compensava para os servidores que ganham menos”, explicou o presidente do sindicato.
Durante as negociações, o então prefeito explicou que havia apontamento do TCESP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) sobre o limite atingido pela prefeitura com os gastos na folha de pagamento. Dessa forma, a outra proposta foi conceder reajuste salarial de 3,75% aos servidores que ganham mais de R$ 3.140,00.
Segundo Borracha, o então prefeito fez um orçamento e disse que teria R$ 315 mil mensais para investir na folha de pagamento dos servidores. "Para os funcionários que ganham menos, o reajuste de 5,75% seria de cerca de R$ 50,00. Mas se levar em consideração os descontos, esse aumento seria de R$ 38,00”, observou.
O sindicato solicitou um abono incorporado de R$ 150,00 aos servidores com os menores salários, como pedreiros, trabalhadores braçais, operadores de máquinas e motoristas, entre outros. Aos servidores com maiores salários, como médicos e advogados, o reajuste proposto seria de 5,75%. "O sindicato não recusou o reajuste de 5,75%”, afirmou Borracha.
Após um novo cálculo, Borracha explicou que o orçamento para conceder esses reajustes seria de R$ 322 mil mensais, um aumento de R$ 7 mil sobre o que fora proposto pela gestão anterior. "O prefeito pode dar esse aumento no vale-alimentação, que não entra na folha de pagamento. O nosso vale-alimentação hoje é de R$ 275,00, mas o ideal seria que fosse de R$ 500,00, como é pago na Câmara Municipal”, disse.
De acordo com o presidente do sindicato, os servidores não aceitam a proposta encaminhada pelo prefeito. "Não aceitamos essa proposta. Os funcionários devem ser respeitados. Não entendemos como há 20 dias a prefeitura tinha condições de nos oferecer esse reajuste e agora não tem mais”, afirmou.
Servidores lotam Câmara e pressionam executivo sobre proposta de reajuste