Funcionários de Residências Terapêuticas reclamam de sobrecarga de trabalho
01/07/2019 Prefeitura afirma que quadro de funcionários está completo, mas existem funcionários de férias e alguns se afastados por motivos de saúde.
As Residências Terapêuticas em Tupã continuam sendo alvo de reclamações e problemas.
Desde a instalação das 15 casas, em 2017, já foram denunciados casos como possível esquema de desvio de dinheiro envolvendo funcionários, além de irregularidades na infraestrutura, falta de limpeza e alimentos em mau estado de conservação.
Na última semana, o Tupacity.com foi contatado por uma funcionária de uma das casas terapêuticas, que denunciou que a falta de mão de obra tem afetado o cuidado dos pacientes, além de sobrecarregar os funcionários.
Segundo a servidora, que preferiu não ser identificada, alguns funcionários chegam a apresentar quadro de depressão devido à sobrecarga de trabalhos.
"As casas estão sem [funcionários>, os poucos que têm estão sobrecarregados, já foi pedido para os vereadores, para o órgão Cris, porém até agora nada! Devido isso tem funcionários se afastando por depressão, não é um trabalho fácil, cuidar de pacientes psiquiátricos [sic>", desabafou ela.
Ainda segundo relatou, os funcionários ficam na casa com dez moradores, numa jornada de 12 horas por dia, para fazer todo o trabalho. "Sendo que quando prestamos o concurso o edital era de 1 faxineiro, 1 cozinheiro, 2 cuidadores por casa, durante o dia! só que isso não está acontecendo", enfatiza a fonte.
Ela continuou dizendo que, além da suposta "exploração", quando um funcionário de férias, o outro funcionário, de uma outra função, tem que fazer o serviço do colega, além do seu, sem receber nada a mais pelo desvio de função. "Estamos precisando de contratação urgente e NADA está sendo feito!".
O que diz o poder público
Questionada sobre a situação narrada pela funcionária, a prefeitura disse que "tem tratado do Programa Residência Terapêutica como uma das prioridades do setor da Saúde e não tem medido esforços para adequar as demandas tanto dos moradores quanto dos profissionais das residências".
Sobre a necessidade de contratações, o executivo disse que o quadro de funcionários das RTs está acima da estimativa do Ministério da Saúde. Segundo diretora do Departamento de Saúde Mental, Nilcéa Guandalini, existem 90 cargos destinados às residências e todos estão preenchidos.
"Para que mais pessoas sejam contratadas, seria necessário enviar um projeto à Câmara Municipal. O que ocorre é que muitos funcionários tiram férias, alguns se afastam por motivos de doença, etc.
Ainda segundo ela, atualmente estão em falta 6 cozinheiros e 1 auxiliar de serviços gerais, que pediram exoneração, mas já foi iniciado o processo de reposição destes funcionários e a previsão é de que até o fim do mês a situação seja normalizada.
"Ressaltamos que o Consorcio CRIS lida diariamente com pedidos de demissão e o prazo legal para ingresso do próximo candidato pode levar até 30 dias e muitas vezes, passado o prazo, o candidato desiste da vaga gerando um novo processo para nova contratação.
O quadro de funcionários hoje compreende:
06 cuidadores por casa
01 Técnico de Enfermagem por casa
01 Auxiliar de Serviços Gerais por casa
01 Cozinheiro por casa
01 coordenador para cada 03 casas", informou ainda o executivo.
Custos
Ainda de acordo com a prefeitura, as contratações via Consórcio Cris custam aos cofres públicos o total de R$ 332.500,00 por mês, entre salários, encargos trabalhistas, férias e tíquete alimentação.
A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, gasta entre aluguel e IPTU dos imóveis, água,
luz, alimentação, mais R$85.110,00, totalizando uma média de R$417.610,00/mês com as residências.