24/09/2019 Miguel e Daniel, são apenas dois dos milhares de refugiados venezuelanos que vieram para o Brasil fugindo da fome e da violência que imperam na terra natal.
Quem passou ontem de manhã, pelo cruzamento da avenida Tamoios com a rua Aimorés, teve a oportunidade de entender um pouco sobre o sofrimento do povo venezuelano, que vive a crise política, econômica e humanitária de sua história.
Carregando mochilas, bandeira da Venezuela e placas de papelão com pedidos de ajuda, Miguel e Daniel, são apenas dois dos milhares de refugiados venezuelanos que vieram para o Brasil fugindo da fome e da violência que imperam na terra natal.
Em conversa com o repórter Nilton Mendonça, da Rádio Cidade, eles explicaram que após deixarem a Venezuela, atravessaram boa parte do nosso território graças à solidariedade do povo brasileiro, seja através de doações ou caronas.
Eles chegaram a Tupã depois de passar pela região de Rondonópolis e permaneceram na esquina mais movimentada da cidade onde pediram doações para poder chegar ao Paraguai.
Miguel, que é engenheiro e trabalhou com engenharia de petróleo na Petróleos de Venezuela (PDVSA), empresa estatal venezuelana que se dedica a exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo da Venezuela.
Já Daniel, trabalhou policial e quando o país entrou em colapso foi obrigado a vender sua residência, avaliada em cerca de 120 mil dólares por apenas 350 a 400 dólares para conseguir fugir para o Brasil.
Eles afirmaram também decidiram deixar a Venezuela não só para escapar da violência causada pela disputa política no país, mas também para fugir da fome, já que o com o salário que recebiam, cerca de 40 dólares por mês (algo equivalente a R$ 170), não conseguiam nem se alimentar.
Miguel e Daniel disseram que além do Brasil, os familiares também se refugiaram em outros países como o Peru e o Chile e que eles pretendem se reunir com outros parentes que atualmente estão de Brasília para seguir viagem com destino ao Paraguai onde alguns familiares já se fixaram e arranjaram emprego.
Jornal Folha do Povo/Fotos: cedidas por Nilton Men