Consumidores notam falta de verduras em supermercados de Tupã
07/02/2020 O Tupacity ouviu dois produtores do ramo para entender como o excesso de chuva e sol forte prejudica produção de hortaliças
A preocupação dos agricultores no verão é com excesso de chuva que compromete as lavouras e dificulta a produção.
O excesso hídrico ocasiona má-formação das plantas, além de aumentar o índice de doenças.
Os efeitos já têm sido constatados em Tupã e impactam diretamente o consumidor, que enfrenta falta ou escassez de produtos nas prateleiras dos supermercados.
Após ouvir relato de alguns consumidores sobre a falta, principalmente de verduras nas prateleiras dos supermercados de Tupã, o Tupacity.com ouviu dois agricultores locais do ramo que explicaram o que acontece nesta época do ano.
De acordo com Fábio Oliveira, as chuvas fortes implicam diretamente na plantação. Uma planta pequena não tem forças para aguentar o volume de água.
"Outra coisa é a falta de sol. Sem sol, a planta não faz fotossíntese. Não conseguimos nem molhar a roça. Além disso, quando sai o sol, é um sol muito forte, que acaba queimando as folhas", explicou. O produtor também explicou que a demanda por verduras nesta época é maior. O modo de cultivo de Fábio é através do solo.
Já o produtor Alécio Morandi, que realiza o cultivo através da hidroponia, explicou que este sistema também sofre com o excesso de chuva.
"O excesso de calor e a umidade alta estressa as plantas, que não conseguem absorver nutrientes. Com isso, há ataque de bactérias, além da podridão. Na hidroponia esses fatores não mudam. Quando a água da hidroponia esquenta, o oxigênio é reduzido e é desta forma que a plantação fica suscetível ao ataque de fungos", comentou.
Hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.
Morandi explicou que o problema é mais incidente entre o final dos meses de novembro e janeiro.
Vale lembrar ainda que o cultivo não ocorre de forma imediata, ou seja, produtos plantados agora, ficarão prontos para o consumo em meados do mês de março.
Preço dos alimentos caiu, de acordo com a CEAGESP
Apesar dos problemas enfrentados pelos agricultores nesta época do ano, um balanço recente da CEAGESP mostra que as maiores quedas no preço dos alimentos foram em frutas e verduras. No entanto, a companhia frisou um alerta:
"Mesmo com o excesso de chuvas e altas temperaturas, características desta época do ano, a tendência para o mês de fevereiro é de manutenção dos preços das frutas, mas é possível a elevação dos preços de verduras e legumes e perda de qualidade", prevê a Ceagesp em comunicado.
Em janeiro, o setor de frutas caiu expressivos 4,34%. As principais quedas foram limão taiti (74%), figo (47%), carambola (45,4%), maracujá doce (28,9%), melancia (28,4%) e melão amarelo (25,4%). As principais altas ocorreram com banana prata (29,9%), abacate (28,6%), coco verde (26,1%), laranja lima (25,0%) e maracujá azedo (15,3%).
O setor de legumes registrou forte alta de 10,49% no mês passado. Os principais aumentos ocorreram com cará (72,8%), pepino japonês (71,1%), pepino caipira (69,4%), tomate italiano (66%), tomate achatado (56,6%) e pepino comum (53,7%). As principais quedas foram registradas nos preços do jiló redondo (22,9%), quiabo liso (22,7%), pimentões amarelo e vermelho (21,4%), e mandioquinha (15,5%).
O setor de verduras teve queda de 2,48%. Os principais recuos registrados foram: salsa (20,6%), alho poró (15,9%), salsão branco/verde (15,4%), coentro (14,0%), e cebolinha (13,4%). Os maiores avanços se deram nos preços do repolho (63,4%), do brócolis ramoso (49,3%), da chicória (32,1%), do almeirão pão de açúcar (29,9%), do nabo (27,9%) e da catalonha (27,9%).
As principais altas foram da batata asterix (10,9%), do alho nacional (10,5%) do amendoim com casca (6,4%), do coco seco (5,9%) e dos ovos brancos (5,9%).
O setor de pescados subiu 2,97%. As principais altas foram do polvo (41,1%), da corvina (29,2%), das pescadas goete (24,5%), da tortinha (23,2%), e do cascote (22,6%). As principais quedas ocorreram com a cavalinha (16,6%), com a sardinha congelada (6,6%), com a sardinha congelada (6,6%) e com o camarão ferro (5,0%).
Mês passado, foram comercializadas no entreposto de São Paulo cerca de 273.517 toneladas, ante 273.246 toneladas negociadas em igual período de 2019, um leve avanço de 0,1% ou 271 toneladas.
"Destaque negativo para o setor de frutas, que se retraiu 2% em contrapartida com o resultado do setor de diversos que apresentou crescimento de 8% em relação a igual período do ano passado", explica a companhia.