Parquinho é mais importante que mesa e lápis para aprender a ler e escrever
02/03/2020 Já levou seu filho ao parquinho hoje? Para a criança, as brincadeiras são as responsáveis pela estruturação do desenvolvimento psicológico e motor.
Já levou seu filho ao parquinho hoje?
Brincar é mais do que uma atividade recreativa. Para a criança, as brincadeiras são as responsáveis pela estruturação de seu desenvolvimento psicológico e motor.
É o que explica a pedagoga Vanessa Satolo, da Escola Esperança de Tupã. De acordo com ela, brincar é muito mais do que os pais pensam ser apenas um "hobby" ou algo a se fazer nos momentos livres: brincar é a maneira com que a criança se relaciona com o mundo, é uma necessidade.
"O interesse da criança pelas brincadeiras muda conforme ela vai crescendo e os pais e a escola, precisam estar atentos, oferecendo propostas que estejam de acordo com a faixa etária de cada um", explica a pedagoga. "É importante observar as preferências da criança, como ela se organiza na brincadeira, pois isso diz muito sobre quem ela é".
Muitas pessoas se perguntam: "Como pode o brincar no parque ajudar o meu filho a ler e escrever, mais do que ficar em casa a fazer grafismos?” ou "O que pode o movimento fazer para ajudar o meu filho a escrever ou prestar atenção ao que diz o professor?”.
A verdade é que nenhuma criança pode aprender a ler e escrever sem que esteja preparada em termos de desenvolvimento.
Já na educação infantil muitas crianças começam a ser cobradas sobre as competências de escrita. Pais e educadores se preocupam excessivamente com atividades escritas, quando o principal foco, nesta idade, deve ser o preparar os alicerces que efetivamente sustentam as competências futuras de leitura, escrita e cálculo.
"As atividades motoras, que são aquelas feitas ao ar livre, brincar no parquinho, escorregador, bicicleta, enfim, tudo que estimule a parte motora é muito importante, pois irá ajudar a criança a entender o próprio corpo, a se conhecer, conhecer seus limites e potencialidades", diz Vanessa. "É desta forma que nossas crianças terão os chamados pré-requisitos para a alfabetização", acrescenta.
A pedagoga da Escola Esperança ainda elenca algumas habilidades importantes para favorecer as crianças na alfabetização: lateralidade, coordenação motora, organização temporal, espacial e força.
"Quando uma criança pega um baldinho cheio de areia, ela está fazendo um trabalho de força muscular que vai favorecer a alfabetização e auxiliar futuramente no momento em que ela segurar um lápis", salienta.
Na Escola Esperança brincar é coisa séria. É a principal forma de expressão da criança e o principal meio para ela observar e interagir com o mundo.
"Aqui na escola a criança vem preparada para brincar e os profissionais preparados para ensinar. O adulto que cuida desta criança deve ter muito claro o que ser feito, quais habilidades precisam ser desenvolvidas e, partir disso, saber quais brincadeiras oferecer. E é aqui que entra a importância de uma formação sólida. A criança vem para brincar, mas o adulto tem que ser um profissional que entenda e favoreça essas habilidades das crianças", finaliza.