Presença de moradores de rua gera reclamações nas redes sociais
18/08/2016 Uma das razões pra esse aumento, é o fechamento de algumas instituições. Nas redes sociais, internautas flagram situação de moradores de rua na Rodoviária Velha.
Ao caminhar pelas ruas de Tupã, é possível observar a presença de dezenas de moradores de rua. Até o mês de dezembro do ano passado, essas pessoas recebiam atendimento em instituições filantrópicas, que encerraram suas atividades. Hoje, em razão de diversos problemas, incluindo denúncias contra entidades, o tupãense se depara com essa triste cena, diariamente, até mesmo na região central.
Na manhã e tarde de ontem, foi possível observar a presença de dezenas de moradores de rua na "Rodoviária Velha", entre as ruas Carijós e Iporans, no centro de Tupã. Nas redes sociais, os internautas não deixaram de comentar a cena lamentável. O internauta de iniciais R.S. destacou em uma postagem: "Um dos cartões postais da Cidade Turística de Tupã-SP......visitem antes que acaba", ressaltou.
"Rodoviária Velha de Tupã jogada às traças", completou. R.A. também comentou a postagem: "Meu Deus, acabaram com a nossa cidade. Muito triste, Tupã está horrível", afirmou.
O internauta de iniciais R.C. argumentou: "Estância Turística? Aonde?". A.L.D enfatizou: "Tá fácil não, verdadeiro chiqueiro. Comida, vômito, fezes, crack, álcool e prostituição lamentável no centro da estância turística de Tupã. Piada isso".
Ainda no face, A.A salientou: "De quem será a culpa? Até um tempo atrás essas pessoas tinham onde ficar, depois entraram com uma liminar para poder fechar a Aapehosp que cuidava desse povo".
Por sua vez, J.A. expôs a sua opinião: "Não entendo... que culpa tem a cidade se as próprias prefeituras vizinhas pegam esses coitados, põem num ônibus e os mandam para cidades vizinhas? Me desculpe, mas tem muita gente falando o que não sabe... se informem primeiro antes de comentar. E está na hora de colocar a mão na consciência e aprender a eleger um vereador ou mesmo um prefeito".
Internauta registrou o grande número de moradores na rodoviária velha.
Fechamento entidades
O IPT (Instituto de Psiquiatria Tupã) encerrou suas atividades no mês de dezembro do ano passado e seus internos foram transferidos para instituições psiquiátricas de outras cidades. Alguns pacientes retornaram para seus lares. E as famílias, mesmo sem condições de cuidar de seus parentes, tiveram que encontrar meios para não abandoná-los, mesmo sem ter suporte para isso.
A Aapehosp (Associação Amigos de Pacientes Egressos de Hospitais Psiquiátricos) está sem receber novos assistidos desde o mês de dezembro do ano passado, depois de ser classificado como hospital clandestino pela Justiça, que acolheu denúncia anônima. A entidade entrou com recurso contra a liminar da Justiça. Enquanto isso, os maiores prejudicados são aqueles que precisam de tratamento, para se livrarem do vício do álcool e de outras drogas.
Com a vigência da ação judicial, a entidade está proibida de receber novos assistidos. Estima-se que cerca de 160 pessoas ainda façam parte do quadro de assistidos da Aapehosp, que tem uma despesa mensal de cerca de R$ 1,4 mil para cada interno.
Por mais que as famílias estejam se esforçando para cuidar dos seus familiares, esses cuidados não podem ser comparados com o atendimento que era oferecido por essas instituições, que contavam com funcionários e estrutura física específica para receber esses pacientes.
Para amenizar esses problemas, a Prefeitura de Tupã inaugurou o projeto Residência Terapêutica, situado na Avenida Tapuias, nº 811. O local tem capacidade para atender apenas 10 internos. Porém, a demanda para esse atendimento em Tupã ultrapassa esse número.
Outro problema que atinge o município é a falta de vagas nas instituições específicas que ainda funcionam em Tupã. É o caso da Clínica de Repouso Dom Bosco, situada na Rua Mandaguaris, esquina com a Rua Caetés. A entidade atende em sua capacidade máxima e não possui vagas para receber novos internos. Tupã conta ainda com os trabalhos oferecidos pelo Cervida (Centro de Recuperação para a Vida). A entidade, porém, só atende pacientes viciados em álcool e outras drogas e não tem estrutura para receber assistidos com problemas psiquiátricos.