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Uma vez que o isolamento, as alterações de hábitos, o medo do contágio e a incerteza quanto ao futuro, afetaram em cheio nossa saúde psíquica. Neste primeiro mês do ano é realizada uma campanha, denominada Janeiro Branco, cujo objetivo é levar a sociedade a refletir sobre a necessidade de cuidarmos de nossa saúde mental. Parece óbvio, mas não é tão simples assim, já que o assunto ainda é carregado de muito tabu. Desde criança somos estimulados a cuidar da nossa saúde física, com visitas regulares a médicos e outras medidas preventivas. Porém, a saúde emocional é deixada de lado e crescemos com dificuldade de compreender nossos sentimentos. Assim, sem que tenhamos consciência, mascaramos nossas emoções, não as expressando de forma adequada, resultando em algumas reações como ansiedade, raiva, insegurança, depressão, dentre outras. Quando o assunto é saúde mental, a maioria das pessoas, por desconhecimento, associa a transtornos mentais ou apenas a ausência dos mesmos. No entanto, saúde mental é muito mais que esta visão simplista. Saúde mental é a maneira como uma pessoa reage às situações e desafios do dia a dia de forma equilibrada. Tem a ver com nível de qualidade de vida emocional e cognitiva.

Uma pessoa mentalmente saudável compreende que a vida é feita de altos e baixos, e que todos nós temos limitações. Há períodos da vida em que sentimos tristeza, medo, frustração, raiva, ciúme e outras emoções que não nos trazem bem-estar. E não há nada de errado nisso. É humano. No fundo, todos nós sabemos disso, mas muitos seguem negligenciando as emoções e buscam alivia-las através de mecanismos compensatórios, porém inadequados, como o excesso de bebida, comida, jogos, etc. Tal comportamento exacerba a ansiedade e desencadeia outras doenças como, por exemplo, a depressão. O agravante é que ainda há muito preconceito quando o assunto é saúde mental, o que faz com que as pessoas não procurem ajuda, pois temem que seu comportamento seja visto como uma demonstração de fraqueza ou de loucura. Afinal, quem nunca ouviu alguém falar que quem vai ao psiquiatra ou psicólogo é louco? Além disso, numa sociedade onde o imperativo é mostrar-se sempre feliz, buscando se encaixar em padrões sociais, sem o questionamento do que é adequado para si mesmo, fica mais difícil ainda falar sobre saúde emocional. Portanto, é preciso ter a consciência do quanto é imprescindível reconhecer e verbalizar nossos sentimentos, vislumbrando possíveis caminhos que aprimoram nossa resiliência. Abordar a questão da saúde mental nos auxilia a compreender o quanto as visões estereotipadas sobre este tema trazem muito mais sofrimento e limitações para as pessoas que estão passando por algum momento de crise que, aliás, nenhum de nós está imune a ela.

Joselene L. Alvim- psicóloga, para G1

HUM TUPÃ

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