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Alunos matriculados na Rede Municipal de Educação de Tupã estão participando da fase de testes de uma pesquisa de prevenção à obesidade infantil. Os responsáveis e os educadores abastecem as informações sobre o estado nutricional das crianças por meio de um aplicativo de celular e recebem orientações para adoção de estilos de vida mais saudáveis. O Brasil 2030: Tupã Fit tem como objeto a saúde alimentar infantil e propõe um desafio de 10 anos para prevenção da obesidade, como finalidade engajar a família e os diferentes atores da sociedade para promoção de ambientes que favoreçam a alimentação saudável. O estudo resulta de uma experiência realizada anteriormente pela Universidade de Uppsala, na Suécia.

Alunos de Tupã participam de estudo para prevenção da obesidade infantil
Alunos de Tupã participam de estudo para prevenção da obesidade infantil
Para o desenvolvimento do projeto no Brasil, o aplicativo Tupã Fit foi desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes); do Departamento de Computação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB); da NK Sistema de informação em Saúde/Pompéia; do Centro de Ciência e Tecnologia em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (INTERSSAN/UNESP); e da Faculdade de Ciências e Engenharia da UNESP/Tupã. O estudo foi aplicado em Tupã, pois o município tem características demográficas semelhantes à cidade estudada na Suécia. "Tupã foi identificada como sendo um modelo em que poderíamos desenvolver e aplicar a solução tecnológica. Os gestores e a população foram muito receptivos à ideia, entenderam que existem pesquisadores muito sérios por trás disso tudo e poderiam realmente melhorar a vida dos cidadãos. Então deu tudo certo até aqui e essa parceria deve durar muito mais tempo", explicou o professor e pesquisador do Nutes, Paulo Barbosa. Conforme dados da pesquisa, das 526 crianças tupãenses com até 5 anos avaliadas, 25,38% estão com sobrepeso, e 4,56% são consideradas obesas. O prefeito Caio Aoqui elogiou a qualidade e quantidade de dados gerados pelo aplicativo. "Dependendo do perfil do usuário, é possível ter acesso ao IMC da criança, à renda familiar e ao ambiente nutricional. Em um mapa podemos visualizar se há supermercados perto da casa da família daquele aluno e quantas crianças com sobrepeso moram naquele mesmo bairro, facilitando a criação de políticas públicas até mesmo por área da cidade", pontuou. De acordo com a professora da UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu, e coordenadora do INTERSSAN, Maria Rita Marques de Oliveira, os gestores de Tupã devem elaborar estratégias de prevenção da obesidade infantil e executar a promoção da saúde de modo multissetorial. "Uma ação dessa natureza exige o engajamento de todos. O próximo passo será realizar reuniões em grupos ampliados de trabalho para até o final do ano lançarmos o Programa de Promoção Integral e Sustentável da Saúde e Bem-estar da Criança e do Adolescente". As adequações multissetoriais correspondem às medidas que devem ser tomadas pelas mães em relação aos produtos comprados e oferecidos aos filhos; pelos educadores para orientação e incentivo aos bons hábitos alimentares; pelos serviços de saúde e socioassistenciais no acompanhamento do estado nutricional e de uma eventual vulnerabilidade alimentar; e pelos membros de conselhos, associações e organizações da sociedade para monitorar e elaborar políticas públicas relacionadas ao tema. O Tupã Fit foi premiado no Hackathon global do governo da Suécia, na categoria Saúde/Obesidade Infantil, e agora está em fase de aprimoramento para a próxima fase. O consórcio também será apoiado pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP) vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

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