Santa catarina

Em diversas partes do país já se fala do aumento de casos de síndrome gripal que tem provocado aumento nos atendimentos nas unidades de saúde. De acordo com o sistema InfoGripe da FioCruz, o estado de São Paulo tem forte tendência de aumento de doenças respiratórias a longo prazo. Em Tupã, a situação não é diferente: o número de pessoas que procuram atendimento médico apresentando sintomas de gripe também aumentou nos últimos dias. De acordo com Érika Doretto, enfermeira chefe da UPA de Tupã, os pacientes já procuram mais a unidade com queixas respiratórias do que por queixas clínicas. Até às 16h46 desta segunda-feira (3) 201 pessoas passaram por atendimento na UPA. Esse número, no entretanto, é geral, ou seja: não significa que todos os casos foram de sintomas gripais.

Foto: Facebook Jota Neves
Foto: Facebook Jota Neves
O que é o H3N2 Assim como o H1N1, o H3N2 é um subtipo de influenzavírus A. As diferenças entre eles ocorrem por mudanças nas proteínas de superfície - hemaglutinina e neuraminidase. Em Tupã, nenhum caso desse subtipo foi confirmado até o momento. Entretanto, 3 casos deram positivo para o H1N1. "Embora mais de 130 combinações de subtipo de influenza A tenham sido identificadas na natureza, principalmente em aves selvagens, existem potencialmente muito mais combinações de subtipo de influenza A, dada a propensão para o rearranjo do vírus. O rearranjo é um processo pelo qual os vírus da influenza trocam segmentos de genes", esclarece o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. O professor Alexandre Naime Barbosa, chefe da infectologia da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) em Botucatu, ressalta que as vacinas usadas hoje no mundo ainda não conferem proteção completa contra esse tipo específico de H3N2. "O H3N2 que está circulando é o que a gente chama de variante Darwin, não é o H3N2 que está na vacina da gripe atual. A vacina atual talvez dê uma imunidade cruzada baixa ou moderada. Então, isso explica por que quem foi vacinado pode, eventualmente, ter quadros de gripe por esta cepa. Mas os não vacinados ainda têm mais probabilidade de se infectar e ter quadros graves. Tivemos um índice muito baixo de vacinação contra influenza." O vírus que está por trás do aumento de casos de gripe não é novo, mas começou a circular com mais intensidade no hemisfério norte nos últimos meses, o que levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a incluí-lo, em setembro, nas recomendações para atualizações das vacinas contra influenza para 2022 no hemisfério sul. O Influenza Research Database, um banco de dados global com informações sobre os tipos de vírus da gripe já identificados, mostra que a cepa H3N2 foi coletada pela primeira vez em 1999 na Austrália e teve o genoma submetido ao GenBank em 2008. Sintomas mudam? Muitas pessoas que pegaram gripe recentemente relataram sintomas intensos, como febre alta e um quadro de extrema indisposição. Barbosa explica que, independentemente do tipo de cepa, esses são sintomas característicos da infecção pelo influenza, principalmente em quem não se vacinou. "O influenza em geral dá um quadro muito agudo, súbito, de mal-estar, febre alta, prostração, é uma sensação bem intensa. Muitas vezes o paciente fala que parece que vai morrer. [Causa> uma apatia muito grande, a pessoa fica largada, não consegue sair da cama. É diferente da Covid, que é um pouco mais lenta no começo. Também dá dor no corpo, mas não derruba tão rápido quanto a influenza." Ele acrescenta que a febre costuma ser mais alta do que a da Covid-19, além de os pacientes apresentarem adinamia, que é a falta de força muscular.

Redação TupãCity/ COm informações do R7

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