Irving havia sido submetido ao transplante de medula há poucos meses
13/09/2018
Jovem tupãense que mobilizou a comunidade na luta contra câncer morreu na tarde desta quarta (12).
Após dois anos de intensa batalha contra o câncer, morreu nesta quarta-feira (12) o jovem tupãense Irving Fernando Voleck Loyola, 26 anos, mais conhecido como "Cenoura”. De acordo com as informações, ele faleceu por volta das 14h, no Hospital Amaral de Carvalho, na cidade de Jaú, onde estava internado para tratamento da doença. Muito conhecido e benquisto na cidade, ele mobilizou e sensibilizou a população tupãense após lançar campanha nas redes sociais e na comunidade em geral, pedindo apoio e doações para dar continuidade ao tratamento contra doença. INÍCIO Cenoura apresentou os primeiros problemas de saúde em dezembro de 2015. Ele foi submetido a exames que apontaram que havia desenvolvido um tipo de câncer considerado raro, conhecido como Linfoma de Hodgkin. Esse tipo de câncer, que se origina nos gânglios do sistema linfático registra uma incidência em torno de três pessoas a cada 100 mil brasileiros. Apesar de poder acometer indivíduos de qualquer idade, ele é mais prevalente em jovens, principalmente na faixa etária dos 15 aos 35 anos. Diagnosticada a doença, Cenoura iniciou o tratamento em abril de 2016, com uma quimioterapia mais fraca, que durou 2 meses. Infelizmente o tratamento não surtiu os efeitos desejados, obrigando o paciente a iniciar uma quimioterapia mais intensa, que durou cerca de 6 meses. Cenoura respondeu bem ao tratamento e a doença aparentemente entrou em quadro de remissão. Entretanto, cerca de mês e meio depois, os sintomas voltaram. Ele iniciou novamente o tratamento quimioterápico e foi submetido a um transplante autólogo, tipo de transplante onde as células transplantadas são fornecidas pelo próprio paciente. O transplante foi considerado bem sucedido e Cenoura recebeu alta, podendo voltar para casa. Um novo baque viria dois meses após o transplante, quando ele voltou a sentir os sintomas da doença. Ele foi submetido a novos exames, que confirmaram o câncer recidivo. Apesar do sofrimento, Cenoura jamais perdeu a esperança. Exemplo de força de vontade e amor à vida, ele deu início a outra forma de quimioterapia, que tinha por objetivo impedir o avanço da doença em seu organismo. Ao mesmo tempo iniciou uma campanha em busca de apoio para custear um novo medicamento importado, chamado Brentuximab Vedotin, que vinha apresentando excelentes resultados em pacientes que a exemplo dele, apresentavam o câncer recidivo. Como a medicação não estava sendo disponibilizado pelo SUS, devido ao seu alto custo, além da campanha Cenoura entrou com ação judicial solicitando o fornecimento gratuito do medicamento. Em setembro do ano passado, a justiça local determinou que a prefeitura a aquisição e entrega do medicamento ao paciente. Cenoura iniciou o tratamento com Brentuximab Vedotin e vinha apresentando melhora gradativa. Ele cursava Administração na UNESP de Tupã e foi submetido recentemente a um transplante de medula alogênico (com doação de medula da irmã). Cenoura se recuperava bem da cirurgia e sua morte surpreendeu a todos e chocou os familiares. Seu corpo foi transladado para Tupã e velado no Memorial Tamoios, na rua Lélio Piza. O sepultamento aconteceu nesta quinta (13), no Cemitério da Saudade. Até o fechamento desta edição o horário do sepultamento ainda não havia sido definido pelos familiares. Filho do casal José Carlos Loyola, mais conhecido como "Dinho do Patins" e Márcia Aparecida Voleck, Cenoura tinha três irmãos Kevin, Eduardo e Ingrid.
Redação Folha do Povo
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