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O câncer de mama é segundo tipo que mais acomete brasileiras, representando em torno de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino. Para o Brasil, foram estimados 59.700 casos novos de câncer de mama em 2019, com risco de até 56 casos a cada 100 mil mulheres, de acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer. No ano passado, foram registrados mais de 3 mil óbitos por câncer de mama. De acordo com a ginecologista e mastologista de Tupã, dra. Mônica Yoshino, os números, que ainda são altos, reforçam a importância da Campanha Outubro Rosa. "Não é à toa que temos um mês inteiro só para tratar da prevenção e conscientização do câncer de mama. A incidência ainda é muito alta", alerta. A mastologista também ressalta que se diagnosticado logo no início, a chance de cura da doença pode chegar a até 95%. "Essa campanha é imprescindível para conscientizar a mulher na busca do diagnóstico precoce e na prevenção do câncer de mama". Para incentivar que as mulheres busquem conhecimento e previnam-se contra a doença, a médica respondeu algumas das principais dúvidas sobre o tema, além de quebrar alguns mitos e tabus a respeito do câncer de mama. A partir de qual idade a mulher precisa se atentar ao câncer de mama? A faixa etária de maior risco é a partir dos 40 anos. Até os 50 anos, temos quase um terço de tumores malignos. A partir dos 40 anos, a mulher não só deve fazer o autoexame, que é palpar os seios à procura de nódulos, mas principalmente, fazer a mamografia. Abaixo dos 40 anos, é mais provável o aparecimento de doenças benignas. Mamografia: o tabu da radiação A mamografia é o exame mais importante no diagnóstico do câncer de mama, porque consegue identificar desde pequenas lesões, que talvez ainda nem se tornaram nódulos, mas que indicam risco de malignidade, sem que seja um nódulo palpável. No entanto, muitas mulheres ainda têm medo, já que existe o tabu da radiação que pode ser transmitida no exame. Essa radiação é muito baixa. Outras mulheres têm medo da dor, sendo que nós mulheres estamos acostumadas a lidar com dores muito maiores e toleramos muito bem. Então por que não tolerar um pouquinho do desconforto da mamografia, sendo que ele é tão importante? A mamografia deve ser feita por mulheres a partir dos 40 anos. Já o autoexame, pode ser feito por todas as mulheres. Para aquelas que ainda menstruam, o recomendado é que seja feito logo após a menstruação, quando as mamas ficam mais flácidas e é mais fácil para perceber possíveis alterações. O número de mamografias vem caindo? Sim, a quantidade de mulheres que têm feito a mamografia vem diminuindo. Em 2017, tínhamos um quarto das mulheres no Brasil entre os 50 e 70 anos, que conseguiram fazer o exame. No ano passado, 2018, caiu para um quinto. Isso é um dado importante porque cada vez mais vemos notícias falsas circulando a respeito da mamografia. Vemos até mesmo profissionais amedrontando as mulheres e até dizendo que a mamografia e até a biópsia causa câncer por conta da radiação. Num país onde o acesso ao exame é tão difícil e as pessoas já têm medo, isso é desserviço prestado à população. É também por este motivo que percebemos uma queda na procura pela mamografia. Como é feito o diagnóstico e o tratamento? A mamografia é o primeiro exame para identificar lesões antes que as mesmas se tornem palpáveis. Em seguida, em caso de alteração, é feita uma biópsia, tanto para confirmar, quanto para descartar a doença. Em caso positivo, o tratamento ainda é principalmente cirúrgico e as cirurgias são feitas de acordo com cada paciente, conforme tipo e tamanho de tumor. Em muitos casos é possível fazer a cirurgia conservadora, em que se conserva a mama da paciente. A tendência é cada vez mais reduzir o número de mastectomias, que são as cirurgias mais mutilantes, em que é necessário retirar a mama toda. Porém, a escolha deve ser individualizada de acordo com cada caso. Em muitos casos, como por exemplo de doenças mais avançadas ou quando há mais de um tumor, a indicação é a mastectomia. Após a cirurgia, dependendo de cada caso existe a quimioterapia e a radioterapia. Toda vez que a mulher tiver um câncer e fizer a cirurgia conservadora, ela com certeza irá para a radio. A quimio é individualizada. Existem determinados comprimidos para tratar câncer de mama que a gente chama de hormônioterapia. É um bloqueio na produção de hormônios e de sua ação tanto na mama com câncer, quanto na mama saudável e também para evitar o risco de metástase, que seriam as raízes que este tumor poderia criar. O medo da mastectomia Muitas mulheres têm medo de ter de retirar a mama devido à doença. Mas na maioria dos casos em que isto acontece é possível fazer uma reconstrução até na mesma cirurgia. Retira-se a mama e coloca-se uma prótese ou o coloca-se o expansor, que é como se fosse uma bexiga que gradualmente vai enchendo até que a pele estique a ponto de se colocar uma prótese. Existem as reconstruções que são feitas através do tecido próprio da mulher, retirado ou da gordura do abdome ou das costas. Dependendo da gravidade da doença, essa reconstrução pode ser feita no ato cirúrgico ou num segundo momento. O sistema público ainda é muito carente com relação à reconstrução. Precisa-se equipes multidisciplinares especializadas e o grande problema, é a verba. Como tudo é limitado no Brasil, isso é o que dificulta o acesso das pacientes a esta reconstrução. Câncer de mama é hereditário? A maioria não é hereditária. Nós temos 5 a 10% que são hereditários. 90 a 95% dos canceres de mama são esporádicos, ou seja, não possuem transmissão familiar Como na maior parte dos casos não é possível saber se é genético ou não, alertamos que as pacientes de maior risco são mãe, irmã ou filha com câncer, que são parentes de primeiro grau. Nestes casos, o rastreamento do câncer começa 10 anos antes da idade em que aquela parente desenvolveu a doença. Por exemplo, se a mãe teve câncer aos 38, a filha deve começar a mamografia exames aos 28 anos. Homens também podem ter câncer de mama? Os homens também estão propensos à doença e devem ficar atentos, ainda que os casos sejam muito menores comparados ao público feminino. Somente 1% dos cânceres de mama acometem os homens, mas quando acontecem, costumam ser mais agressivos, porque a mama do homem é pequena e rapidamente os tumores começam a se infiltrar pela parede torácica ou a se espalharem pela pele. Nos homens, o câncer está ligado á mutação de genes e por isso são raros. "Mulheres, não tenham medo!" Um recado da médica: Meu recado para as mulheres é que toda doença identificada cedo é potencialmente curável, então não tenham medo de se tocarem. Conheçam o corpo de vocês. Na hora do banho, realizem o autoexame e principalmente: qualquer alteração que surgir, não deixem de procurar um profissional da área, um mastologista ou até o ginecologista. Muitas vezes, pode ser uma alteração benigna, mas só a avaliação profissional vai tirar esta dúvida. Não tenham medo da mamografia. É um exame rápido, pouco doloroso e que salva vidas. A principal manifestação do câncer na mulher é o aparecimento do nódulo nas mamas. é importante se atentar para alterações na pele, como vermelhidão, inchaço, retrações. Sintomas sistêmicos, como mau estar, náusea, só costumam aparecer no caso de doenças metastáticas avançadas. Normalmente não existe nenhum tipo de sintoma exceto a alteração mamária. A dor na mama é muito mais frequente em casos de alterações hormonais e doenças benignas. Infelizmente o câncer de mama não dói, pois muitas vezes a paciente só procura ajuda quando sente dor. Na maior parte das vezes não existe dor pelo câncer de mama. Prevenção A dra. Monica Yoshino também enfatizou dicas importantes para prevenir o câncer de mama: - Prática de atividade física - Alimentação saudável, que reduz em torno de 30% as chances - Manter o peso corporal adequado - Amamentação. Mulheres com múltiplos filhos são menos propensas a desenvolverem câncer - Evitar ingestão de bebidas alcoólicas São riscos: Obesidade, menopausa tardia ou menarca (primeira menstruação precoce) Dra. Mônica Yoshino Formada pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, dra. Mônica é ginecologista há 10 anos e mastologista desde 2014. Atualmente, ela atende no setor de oncologia da Santa Casa e em sua clínica, que fica na Rua Cherentes, 495.

Dra. Mônica é ginecologista e mastologista. Em Tupã, ela ministra diversas palestras sobre conscientização e prevenção ao câncer de mama
Dra. Mônica é ginecologista e mastologista. Em Tupã, ela ministra diversas palestras sobre conscientização e prevenção ao câncer de mama

Redação Tupacity

TV Câmara

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