A Geração Greta Thunberg

*Por: Rodrigo Calil Em tempos de Greta Thunberg, herdeira dos ideais alarmistas de Al Gore, o brasileiro descobre (finalmente) que existe um lugar mágico, até então intocado, chamado Amazônia. Começam então os protestos virtuais. "Salvem as girafas" - gritava uma adolescente especialista em biodiversidade. "É culpa do Presidente" - respondia o cientista político de 16 anos. Uma coisa é certa, todos se uniram, mesmo que virtualmente, em prol de uma causa que fora completamente ignorada por séculos. Surgiram milhares de ativistas de sofá, pessoas que colocaram seus dedos a serviço de uma militância digital enquanto seus corpos eram preenchidos com enlatados, embutidos, refrigerantes e fastfoods. Mas os dedos não, esses estão em forma e prontos para teclar sobre qualquer assunto que gere likes. A grande contradição é que, os militantes virtuais que tem consciência ambiental de sobra não aplicam suas teorias diariamente. Eles culpam as gerações anteriores mas não são capazes de recolher o próprio lixo... eles defendem o meio ambiente mas não respeitam o próprio vizinho. Ora, qual a melhor maneira de ensinar alguém se não pelo exemplo? Hoje, estamos cheios de opiniões e tão vazios de atitudes. A hipocrisia impera! - Usamos nossos celulares de última geração para protestar online contra o mundo capitalista. Escrevemos textos gigantescos sobre o clima trancados em nossas salas com o ar condicionado ligado. Vamos de carro para a academia (isso é o cúmulo da contradição). Mas, o principal é que não temos a capacidade de recolher o próprio lixo, não somos capazes de entender que os escorpiões, a dengue e as enchentes estão relacionadas diretamente ao saquinho de gelo, o copo descartável e a garrafa vazia que deixamos no chão. Mas, é claro que, quando a cidade inunda, ou quando os números da dengue explodem, estamos com os dedos prontos para digitar a nossa indignação nas mídias sociais e ficar de prontidão para contar quantos likes conquistamos.