HUM TUPÃ

* Roberto Kawasaki O Governo Bolsonaro acabou. Eleito com maioria dos votos dos brasileiros e contando com amplo espectro político que lhe dava folgada maioria no Congresso Nacional, o Presidente Bolsonaro tem mostrado por seguidas vezes, sua total inapetência em lidar com os meandros da necessária articulação política. A demissão do ex-ministro Mandeta foi a última, haja vista que além de contar com o apoio da maioria da população brasileira, Mandeta é do DEM, partido com 28 deputados federais e 6 senadores, comanda com o Deputado Maia a Câmara dos Deputados e o Senador Alcolumbre, o Senado Federal. Ou seja, demitir um ministro que contava com amplo apoio é total incompetência. A situação de Bolsonaro é delicada. Na Câmara dos Deputados, conta somente com o apoio de metade da bancada de 41 deputados do PSL. Outros 20 deputados do PSL, juntamente com 40 do PP, 39 do PL, 37 do PSD, 34 do MDB, 32 do PSDB, 31 dos Republicanos, 28 do DEM, 14 do Solidariedade, 12 do PODEMOS, 12 do PTB, 10 do PROS, 9 do PSC, 8 do Cidadania, 8 do Novo, 7 do Avante, 5 do Patriota e 4 do PV, compõem uma bancada independente de 18 partidos políticos e 330 deputados federais. Além de ter a oposição de 53 deputados do PT, 30 do PSB, 28 do PDT, 10 do PSOL, 8 do PCdo B, 1 da Rede, ou seja, 6 partidos com 130 deputados. Na Câmara dos Deputados, Bolsonaro tem apenas o apoio incondicional de 8% dos membros. Ou seja, 92% dos deputados são de oposição ou independentes. Bolsonaro depende de 66% dos votos, ou 330 deputados que votam ocasionalmente com ele. No Senado Federal, o quadro é ainda pior a Bolsonaro, pois ele conta com apenas 2 senadores do PSL, tendo 15 senadores na oposição ( 6 do PT, 2 do PSB, 3 do PDT, 3 da REDE) e 64 senadores independentes ( 13 do MDB, 10 PODEMOS, 12 do PSD, 7 do PSDB, 6 do DEM, 6 do PP, 3 do Cidadania, 3 do PROS, 2 do PL, 1 do PSC, 2 do Republicanos). Isto é, somente 2,4% dos Senadores são da base governista, 18,5% dos Senadores são de oposição e 79% dos Senadores são independentes. Portanto, 97,6% dos Senadores não são favoráveis a Bolsonaro. Com o estilo morde e assopra, de idas e vindas e conduzido e apoiado pelo grupelho ideológico de Olavo de Carvalho com suas ações irresponsáveis e estapafúrdias de um lado, e da racionalidade dos militares procurando trazer um mínimo de governabilidade, de outro lado, Bolsonaro tenta se equilibrar. Sem ações planejadas, claras, negociadas, firmes, os independentes se distanciam cada vez mais de Bolsonaro. Sofrendo ataques de seus apoiadores e do próprio Bolsonaro, os independentes irão apoiá-lo ? Ah, Bolsonaro acha que apoiar aqueles que querem a volta dos militares, ficará no poder, num eventual governo militar ? Bolsonaro é capitão reformado do Exército, foi indisciplinado, tem tomado medidas que desagradam o Exército, Marinha e Aeronáutica e seu vice, repito, é General, sempre respeitou a hierarquia e a disciplina, e é o Vice-Presidente da República. É preciso escrever mais ?

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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