* Roberto Kawasaki
O mundo, o Brasil, São Paulo, nossa região, nossa cidade, nossa família, cada pessoa, vivem enclausurados e privados do prazer e da necessidade de ir e vir. Num contexto de um dilema muito sério: devemos ficar no distanciamento ou buscar gradativamente a aproximação com as pessoas ?
Sem sombras de dúvidas que ficar confinado e isolado, num primeiro instante é desejável e restaurador de energias. Contudo, ao longo de semanas se torna prisional. Nesse quadro preocupante, nossas autoridades se defrontam
com a contradição: flexibilizar as atividades econômicas, o que nós economistas chamamos de acelerar o "fluxo circular da renda” e permitir o direito de ir e vir ou manter, ou até mesmo endurecer o isolamento ? Afinal, chegamos no pico da pandemia ?
O que fazer, para tomar as decisões, cada qual com custos e benefícios ? Obviamente que é difícil decidir com precisão, pois não há parâmetros confiáveis, haja vista que a variável ( Covid19) é ainda terrivelmente desconhecida da Medicina. E infelizmente, não há ainda, uma vacina salvadora. Portanto, precaução e serenidade são imprescindíveis nesta hora tão complexa e mortal.
Além dos problemas temíveis e dolorosos que afligem a humanidade, mais ainda aqueles que foram contaminados pela Covid-19, pior os que perderam suas vidas, este momento pavoroso da humanidade irá mudar e muito o modo como encaramos a vida. O chamada modus vivendi será totalmente diferente depois do Coronavírus.
O ano de 2020 para a humanidade é um pesadelo interminável. Retomar as atividades econômicas será lenta e demorada, a recuperação da renda, do emprego, da produção, do consumo, da arrecadação de tributos,
da poupança, do investimento público e privado, serão lamentavelmente muito abaixo das necessidades da raça humana.
Para piorar, a Economia Brasileira se mostrou fragilizada e vulnerável. Vejam por exemplo, a dimensão dos milhões de brasileiros que urgem de auxílios financeiros. De outro modo, vejam como os serviços públicos de saúde se mostraram, no Brasil e no mundo, totalmente insuficientes para salvar vidas. Enfim, a infraestrutura urbana está deteriorada e depauperada. Investir será devagar, aquém das necessidades sociais e econômicas.
E Bolsonaro perdido, despreparado, sem propostas, criando crises políticas desnecessárias, além das crises de saúde pública, da economia... Como sair dessa ?