*Roberto Kawasaki
Grande parte da sociedade parece achar que já passamos do pico da pandemia da Covid-19, por isso propõe e espera o afrouxamento das medidas de distanciamento exigidas pelas autoridades públicas. Será mesmo que passamos do pico ? Com as estruturas da Saúde Pública saturadas, naquelas localidades em que ocorreram explosão de infectados, e outras nem tanto, em locais em que a pandemia ainda não chegou, muitas são as dúvidas e incertezas.
De outro modo, a Economia Brasileira apresenta sintomas claros de que se exauriu, em decorrência dessa insofismável realidade, o setor público também está no limite: não há recursos financeiros que permitam meios de subsidiar os gastos públicos direcionados ao combate da pandemia, durante muito tempo.
Sem que se retome o ritmo normal das atividades econômicas, o Brasil caminhará ao precipício inevitavelmente. O que fazer? Dúvidas cercam todos nós. Infelizmente as informações e dados disponíveis são insuficientes para auxiliar as tomadas de decisões estratégicas. Nunca na História da humanidade, houve em época de globalização, tamanho
impasse.
De qualquer forma, o Brasil necessita se preparar ao mundo competitivo pós-pandemia. Urge criar um ambiente político estável, equilibrado e sereno. Onde o diálogo seja normal. Esperar isso do Presidente Bolsonaro parece surreal. Caso contrário, jamais atrairemos investidores internacionais para propiciar crescimento econômico e social, pois simplesmente retomar as atividades econômicas serão insuficientes para atender as enormes demandas que explodiram com a pandemia da Covid19.
Ou será que alguém acredita que iremos crescer mais de 1% ao ano, nas conjunturas atuais do Brasil ? Obviamente que não.
Assim, nos resta acelerar reformas econômicas, nas áreas fiscais, financeiras, logística, bem como educacionais, científicas, ambientais, diplomáticas e de saúde pública. Com isso se adquire condições mínimas de perspectivas
de futuro da Economia Brasileira. Contudo, embora sejam condições necessárias, não são suficientes.
O Brasil necessita de atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos do mundo: biotecnologia, internet das coisas, energia solar, energia elétrica, preservação ambiental, nanotecnologia, internet 5G, etc. Em outros tempos, governantes como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Ernesto Geisel, fizeram e muito bem, ao efetivar a industrialização brasileira e sua sustentação. Mas isso foi em outros tempos.
Quando tínhamos políticos humildes, qualificados e preparados. De governantes como Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro é esperar demais.