DESTRAVAR E DESLANCHAR
18/08/2020
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT e articulista do Tupacity
*Roberto Kawasaki Anteriormente escrevi aqui que o Governo Bolsonaro havia terminado. Expressei minha opinião em 22 de Abril, quando o então Ministro da Saúde, Henrique Mandetta fora demitido pelo Presidente, por não concordar com as opiniões estapafúrdias do chefe do Executivo Federal. Ainda que médico e, contando com equipe técnica de grande respeitabilidade no meio científico e médico, Mandetta tal qual sua equipe coesa e competente, havia ganho simpatia e popularidade que fizeram Bolsonaro ficar enciumado. E Bolsonaro tinha a compreensão de que Mandetta poderia ser um concorrente em 2022. Pois bem. Estamos em 14 de Agosto, e desde então, o Ministério da Saúde está com um Ministro interino na maior crise de Saúde Pública da História Brasileira. Nesse interregno, passou como um cometa, o também médico Nelson Teich, entretanto, este profissional da Saúde, não concordando com as opiniões ignorantes de Bolsonaro, que exigiam providências ministeriais sem respaldo científico e acadêmico, demitiu-se. Bolsonaro não consegue sequer um profissional da Saúde para comandar o Ministério da Saúde. Lembro que em 22 de Abril, o Brasil tinha 46.195 brasileiros infectados e 2.924 mortes. Em 12 de Agosto foram 103.421 brasileiros falecidos e 3.123.109 infectados. A pandemia é a grande responsável pela crise dramática que todos nós vivenciamos, sem que, no entanto, o Brasil tenha uma equipe médica de grande conhecimento científico comandando a política sanitária. Apenas esta inaceitável ocorrência, denota que, de fato eu estava certo: o Governo Bolsonaro havia terminado. Logo após, houve o pedido de demissão do Ministro Sérgio Moro do Ministério da Justiça, causando um impacto insanável no Governo Bolsonaro. Todo analista político sabe que qualquer governo necessita de dois pilares administrativos para respaldar o Executivo: Justiça, que cuida das questões legais e ilegais e a Economia, que cuida do dinheiro público, por intermédio da política monetária, cambial e fiscal. Hoje, com a saída de Moro, há um Ministro absolutamente fraco e sem qualquer brilho. Na Economia, Paulo Guedes vem sofrendo seguidas perdas na sua, até então, equipe homogênea e competente. As saídas são consequência da ausência de um norte governamental na urgência das reformas. Que começaram com a Previdência, ainda que esta não seja a ideal, mas não avançaram na administrativa, tributária, e outras que possam destravar a Economia Brasileira e gerar condições competitivas que possam fazê-la deslanchar e gerar empregos.
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