FAZER O QUÊ
12/10/2020
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT e articulista do Tupacity.
* Roberto Kawasaki A pandemia nos faz ficar confinados e talvez, por isso mesmo, mais observadores. É certo que o ano de 2020 está sendo de gravidades sanitária e morbidade terríveis. Os prejuízos são de toda ordem, humana, saúde, econômica, social, mental, e também educativa. Os erros educacionais de nossas autoridades federal e estadual têm sido execráveis e imperdoáveis. Primeiro por não saberem enfrentar adequadamente a pandemia do Coronavírus e segundo, por não adotarem mediadas que pudessem criar um ambiente propício e adequado ao retorno seguro da Educação presencial. As posturas dos ex-ministros da Educação foram adequados quando permitiram a Educação Não Presencial como opção aos efeitos da Covid-19, contudo, omissos por não abrirem uma discussão necessária e salutar para encontrar medidas que pudessem mitigar os danosos problemas causados pela suspensão das aulas presenciais. O Governo do Estado de São Paulo no início corretamente suspendeu as aulas presenciais. Entretanto, não sabendo lidar com as pressões advindas de todos os setores da sociedade, criou gradual retorno às aulas presenciais. Engano cometido. Permitir atividades presenciais extracurriculares neste momento, com parcelas da população estudantil e não com a totalidade dos alunos ? Criar um cronograma gradativo de retorno às aulas presenciais simultaneamente com aulas remotas ? Com parcelas de alunos presenciais e o restante da população estudantil com ensino remoto? Como lecionar aulas presenciais e remotas ao mesmo tempo ? E nas semanas seguintes realizar trocas de parcelas de alunos que estavam tendo aulas presenciais com parcelas de discentes que estavam tendo aulas remotas ? Ou todos têm aulas remotas ou todos têm aulas presenciais, essa é que deveria ser a política educacional da pandemia da Covid-19. Mas o Governo Doria tem medo de desagradar, então tenta contemporizar. Nesse quadro de autoridades federal e estadual perdidas, vejo as autoridades municipais mais equilibradas. Primeiro obedeceram os protocolos de Saúde Pública: aulas presenciais suspensas. Segundo, fizeram consultas aos órgãos de representação educacionais, aos pais e Conselhos da Educação, Saúde, de combate à pandemia, às Escolas e definiram o certo: aulas presenciais seguras somente em 2021. Ainda bem que há ainda, autoridades públicas educacionais responsáveis. Outra observação há que ser feita: as Escolas particulares estão e têm condições de se adequarem aos protocolos mínimos de segurança sanitária. Já as Escolas Públicas Estaduais sequer têm corpo mínimo de funcionários para assegurar condições sanitárias aos alunos, professores e técnicos-administrativos. Aliás, não há equipamentos e infraestrutura para oferecer e atender os protocolos de segurança. E por fim, já estamos no último bimestre do ano letivo de 2020. O ano está acabando. Segurança mínima somente após a vacina. Até lá, vamos sobrevivendo nas condições atuais de distanciamento e confinamento sociais. Fazer o quê?
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