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* Roberto Kawasaki O mundo ficou desde o último dia 03, data em que se realizava eleições gerais nos EUA, na expectativa de saber o vitorioso para o cargo majoritário de Presidente, se Joseph Robinette Biden Junior ou Donald John Trump. Na expectativa, dentre outras razões, além, é claro, por se tratar do país mais rico, poderoso, importante do mundo, pela peculiaridade das eleições indiretas. Sem dúvida alguma, o povo escolhe o candidato, contudo, no Estado em que for vitorioso, leva consigo os delegados que posteriormente votam no candidato. O total de delegados são 538, proporcionais à população de cada Estado. Sendo assim, é declarado vitorioso pela mídia, não pela Justiça Eleitoral Nacional, outra peculiaridade desse processo eleitoral, aquele que obtiver 270 delegados. Biden já levou mais do que é necessário, podendo chegar a 306. Acreditem, a apuração ainda não terminou em todos os Estados. Voto impresso, eleições indiretas, voto antecipado, voto pelo correio...que sistema ultrapassado !!! Como era esperado, Trump esperneia feito um bebê chorão, não admite a derrota que há meses se delineava. Parece uma criança que não quer entregar o brinquedo. Na verdade, durante os últimos 4 anos, Trump abusou, cometeu erros, gafes, disse inverdades, ou seja, cavou sua própria sepultura. Entretanto, Trump enfrentou um político tradicional, experiente, conhecedor dos bastidores, negociador arguto, moderado, um profissional da política: Joe Biden. Me faz lembrar, em 1985, quando no Colégio Eleitoral brasileiro, também em eleições indiretas, Maluf enfrentou o experiente e profissional Tancredo Neves. Trump perdeu e Biden ganhou. Gratuitamente ? Obviamente que não. Biden soube unificar o Partido Democrata, somou todas as correntes partidárias, enquanto Trump, por exemplo, teve a oposição do ex-Presidente George Bush, Republicano como ele, que aliás, já parabenizou Biden. Outrossim, Biden, soube trazer para sua chapa, uma mulher, Senadora, negra, filha de imigrantes, que havia enfrentado Biden nas convenções do Partido Democrata. Biden soube, com inteligência, canalizar votos dos negros, das mulheres para sua candidatura. Haja vista, a votação recorde que obteve. Em dois eventos cruciais, Biden ficou favorável ao movimento nacional "Vidas Negras Importam”, com isso, trouxe o comparecimento recorde de eleitores à votação. No combate à pandemia da Covid-19 ficou favorável às manifestações das autoridades médicas e sanitárias, apoiando integralmente as iniciativas científicas. Enquanto isso, Trump ficou contra o movimento "Black Lives Matter”, como teve atitude criminosa e irresponsável frente ao Coronavírus. Os EUA têm o maior número de mortes e infectados devido à Covid-19 e Trump não liderou a política nacional de combate à pandemia. Enquanto isso, a Economia, como no restante do mundo, desmoronava... Trump perdeu. Obviamente.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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