O BRASIL QUEBROU ?
12/01/2021
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT e articulista da Tupacity.
* Roberto Kawasaki Afinal de contas, o Brasil quebrou ? Ainda não, mas nossos últimos Presidentes da República parecem se esforçar para conseguir o ?default?, isto é, a incapacidade de pagar seus compromissos financeiros internacionais e nacionais. Quebrar significa, na expressão utilizada pelo Presidente Bolsonaro, a impossibilidade de realizar obras e serviços públicos tendo em vista que o país sequer cumpre com suas obrigações ordinárias. Na verdade, como o Presidente Bolsonaro não consegue apresentar um rol significativo de realizações governamentais, transcorridos metade de seu mandato, então ele alega que não há dinheiro para investir e apresentar um balanço favorável de objetivos programáticos cumpridos. Sem sombras de dúvidas que o ano que se findou, foi atípico e traumático, ainda que Bolsonaro tenha minimizado as terríveis consequências trazidas pela pandemia da Covid-19. Tivemos muitas perdas, desde humanas, sociais, educacionais, e também econômicas. Assim, com o término do Auxílio Emergencial, que não deverá ter continuidade, pois recursos financeiros não há, e o repique das infecções e mortes causadas pelo Coronavírus, deve impactar negativamente o ano de 2021, tal qual 2020. Estávamos na expectativa de voltar à normalidade com a vacinação em massa. Contudo, o Governo Federal não se preparou adequadamente para esse propósito. O Plano Nacional de Vacinação se mostra capenga e o que foi apresentado, é um mero esboço. Não há vacinas estocadas, não há seringas, não há logística para tal objetivo. Enfim, enquanto os países já estão em plena campanha de vacinação, o Governo Federal está perdido. Portanto, esperar um ano de 2021 de volta à normalidade, é uma peça de ficção. Salvo melhor juízo, o ano de 2021 será duro e dramático. Estaríamos em melhor situação, caso estivéssemos minimamente com reformas tributária e administrativa já aprovadas pelo Congresso Nacional. Isto não aconteceu. Assim , o Brasil está travado. Veremos com que força o Presidente Bolsonaro está perante o Poder Legislativo, pois em breve teremos eleições às Presidências do Senado e da Câmara dos Deputados. Vamos aguardar o desenrolar dessas disputas. Sob o ponto de vista de estratégia política, o momento de realizar reformas para o Poder Executivo é na primeira metade do mandato conferido pelo povo. Esse momento já se foi. Por outro lado, ficar administrando o Brasil pelas redes sociais e ficar no antagonismo ideológico, é pura perda de tempo. É preciso canalizar tempo para indispensáveis reformas que todos aguardam. Não adianta, os números e as estatísticas estão disponíveis na internet para todos, principalmente para investidores internacionais. O Brasil ainda não quebrou, mas pode quebrar.
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