CAMPANHA COLETA DE LIXO ORGÂNICO

* Roberto Kawasaki

Claro que este assunto, da previsível e inevitável saída da Ford do Brasil, é absolutamente necessário que seja analisado, pois é o tema bombástico da mídia. Entretanto, a questão não é a Ford tão somente, tampouco é a indústria automobilística brasileira. Por isso que trouxe, como já havia trazido anteriormente neste espaço jornalístico, uma outra empresa automobilística, no caso a Toyota, que coincidentemente tomou espaço da Ford no Brasil e no mundo, focando no automóvel de maior vendagem mundial: Corolla. Há tempos venho aqui expressando minhas angústias relativas ao setor secundário da Economia Brasileira. Há cerca de 40 anos que vem definhando, apresentando o fenômeno da desindustrialização. Que diga-se de passagem, deve se agravar com a implantação da Indústria 4.0, que exige altíssimos investimentos, mas que são incompatíveis com o empobrecimento dos brasileiros, portanto do mercado consumidor, e da inadmissível carga tributária do produto ?Made in Brazil? que estabelece um exorbitante preço final ao consumidor que, por seu turno, reduz a rentabilidade das empresas industriais. Veja o quadro acima, onde mostra os preços ao consumidor do Toyota Corolla XEI, em 2010, 2014 e 2018, em dólares americanos, no Brasil, no Japão (sede da Toyota), EUA, China, Argentina e México. Se em 2010, o Corolla pago pelos Argentinos era o maior dentre esses países; em 2014, o brasileiro passou a pagar o Corolla mais caro, ainda que a renda brasileira seja dos mais baixos em comparação aos demais países; esse cenário continuou em 2018. Contudo, vejam o custo na Argentina, US$ 16.000, cerca de US$ 10.000 mais barato que no Brasil, que é de US$ 26.000. Ou seja, enquanto o brasileiro paga no Corolla XEI algo em torno de R$ 137.800,00, o argentino pagaria R$ 84.800,00. É preciso explicar por que a Ford dá adeus ao Brasil, enquanto fica na Argentina? Mesmo que o mercado consumidor brasileiro seja muito maior que na Argentina. É óbvio que a Ford produzirá na Argentina a um custo muito menor ( gerando empregos, tributos) e exportará ao Brasil, que perderá empregos, arrecadação de tributos e mais importação na Balança Comercial, reduzindo o superávit. A verdade é que o Brasil deixou de ser atrativo.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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