HUM TUPÃ

De tempos em tempos, a Economia Brasileira e a população brasileira vivem sobressaltos com um ambiente macroeconômico desastroso: estagflação. Ou seja, inflação ascendente com estagnação do PIB. Em épocas normais, a queda nas atividades econômicas, com menor pressão sobre a demanda agregada geral, conduzem inexoravelmente à desaceleração no aumento dos preços, quando a causa da inflação é de demanda sobre a oferta limitada. Lamentavelmente não é este o caso atual, haja vista as consequências nefastas da pandemia da Covid-19 sobre a demanda agregada e sobre o consumo geral. A presente inflação em alta se deve à pressão de custos produtivos, o que se convenciona chamar de inflação de custos. Infelizmente, os custos estão em alta, haja vista o comportamento crescente do IPA Índice de Preços ao Atacado, que calculado desde 1947 pela FGV, compõe a base de cálculo do IGP e IGPM, taxas inflacionárias prestigiadas pelo mercado, é referencial para verificar o comportamento dos preços de bens e serviços disponibilizados ao consumidor. De fato, nos últimos meses, o IPA disparou, com isso, é de se esperar taxas inflacionárias cada vez crescentes nos próximos meses. A pergunta óbvia é: por que os custos dispararam no atacado? São várias as causas, a começar pelas expectativas psicológicas dos agentes econômicos, que entendem um a mbiente econômico influenciado pela conjuntura política desagregadora, mal gerida pela conduta irresponsável do Presidente Bolsonaro. Esse ambiente ruim não permite acelerar as reformas econômicas esperadas pela sociedade brasileira há décadas. Sem reformas vamos ficar atolados, como estamos por quase duas gerações. A pandemia despencou as atividades econômicas, o que pressionou os custos variáveis, os custos médios e, por fim, o custo final. A perda da economia de escala, ou seja, produzir mais reduz os custos, trouxe a deseconomia de escala, produzir menos eleva os custos. Por fim, a disparada do dólar, por outras tantas razões, pressiona os preços das matérias-primas importadas, o que irá impactar nos preços finais destas mercadorias aqui produzidas, bem como mercadorias importadas, principalmente da China. Se não bastassem os mortais efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a sociedade brasileira, e por lógica, sobre a economia brasileira, ainda há o descontrole da inflação, indubitavelmente pressionarão à diminuição da demanda agregada, do consumo agregado, da produção, da arrecadação de tributos, do emprego, da renda e, portanto, do PIB, isto é, estagflação. Assim, é perfeitamente lógico ocorrer estagflação nos próximos meses. O que está ruim, vai piorar ainda mais.

unidade de hidratação

Compartilhe:

Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

Receba Notícias do TupãCity pelo Whatsapp


Participe dos nossos grupos

Fique informado em tempo real sobre as principais notícias de Tupã e região.

Instagram