A crise sanitária que nos acomete é realmente devastadora, haja vista que todos os países que têm grande circulação internacional de pessoas sofrem com a pandemia da Covid-19: já são milhões de mortes de pessoas, outros tantos infectados e, mesmo aqueles que conseguiram passar pela doença com vida, ainda sofrem com as sequelas, por tempo indeterminado. Muitas pesquisas científicas deverão ser feitas para se aferir tamanho problema.
Contudo, o Brasil como também os EUA alguns meses atrás, no tempo de Trump, padece da falta de gestão, de planejamento, de controle, de medidas preventivas e corretivas. Tendo em vista que desde o começo, de forma irresponsável inicialmente, Bolsonaro desdenhava do Coronavírus: achava, com total desconhecimento científico, que tratava-se de um simples resfriado. Obviamente que não era. Desde então, tratou do monumental problema de forma amadora, ineficiente, ineficaz e inefetiva. Passa a ser responsável maior, na medida que é o Chefe de Estado e de Governo. Basta verificar que o Brasil em dois anos e meio de governo Bolsonaro, já tem 4 ministros da Saúde, quase um novo ministro a cada semestre. Evidência clara de que não há, houve ou haverá planejamento, política de saúde pública consistente e medidas saneadoras no enfrentamento da pandemia. Triste tragédia criminosa.
Estivesse no Japão, teria que renunciar ao mandato. Vejam o que ocorreu com o Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Japão, que fez um simples comentário contra as mulheres e teve que renunciar, caso contrário, seria demitido. Contudo, estamos no Brasil...
Aqui, Bolsonaro desdenhou, contrariou, todas as recomendações feitas pelos profissionais médicos especialistas, como infectologistas, epidemiologistas, a começar da USP e todas as demais universidades brasileiras, internacionais e a OMS. O que um simples Capitão do Exército, que não é médico e sequer tem assessoria médica relevante e consistente para opinar, contrariar, combater as recomendações feitas pelos maiores profissionais do mundo ? É muita incompetência, ingerência, incapacidade, amadorismo, mediocridade, desconhecimento científico. Chega. O Brasil não pode mais continuar nesse diapasão.
Bolsonaro precisa sofrer impeachment. Ao menos assume o Vice-presidente General Mourão, que diga-se, é melhor que um Capitão que seria expulso do Exército, se não pedisse a reforma. Ninguém, em pleno século XXI, sabe de tudo. O chefe do Executivo deve buscar os melhores profissionais e agir em conformidade com as recomendações daqueles que são especialistas. Simples.
Roberto Kawasaki - Colunista.