Governabilidade. Essa é a palavra chave para que quaisquer políticas econômicas que se prezem, possam ser efetivas e lograrem êxitos em seus objetivos macroeconômicos básicos: controle inflacionário, equilíbrio fiscal entre tributos e despesas públicas, câmbio favorável à Balanço de Pagamentos estável, geração de empregos, crescimento do PIB, redução de desigualdades sociais, preservação ambiental, e, nos tempos atuais, combate eficaz ao Covid-19 que permita a retomada da atividade econômica com consistência.
Contudo, não há ambiente político de normalidade que signifique relações republicanas entre os poderes federais Presidência da República-Congresso Nacional-Supremo Tribunal Federal. Sem clima de governabilidade não há disposição das corporações empresariais em investir. É óbvio e notório que o setor público, completamente endividado e deficitário, é plenamente incapaz de realizar investimentos para alavancar o desenvolvimento econômico. Portanto, o Brasil sairá da crise permanente se houver ampla e sistemática imobilização de capital em projetos viáveis e de perspectivas.
Infelizmente não há, ao menos até o presente momento, um Presidente da República à altura do cargo, que possa trazer serenidade e diálogo entre os poderes federais para criar um ambiente de governabilidade favorável à tomada de decisões de realizar investimentos em projetos. Ao contrário, o Presidente Bolsonaro procura sistematicamente tensões e desentendimentos entre os poderes. Lamentavelmente, quem perde é o Brasil. Haja vista que todos podem assistir à saída constante de empresas multinacionais, muito diferente de outros tempos que o Brasil atraía empresas estrangeiras para investir, vinham em busca de oferecer mercadorias para a crescente e empoderada classe média, ávida em consumir.
Agora, estamos tristemente vendo o empobrecimento da classe média, com o desemprego que teima em não retroceder, o recrudescimento da inflação, do custo de vida que sobe diariamente, com os preços de alimentos disparando, custos de produção dolarizados que aumentam, combustíveis que só encarecem. Enfim, o desempenho econômico é desastroso.
Por isso que o anti-Bolsonaro é líder nas pesquisas de opinião pública. Da mesma forma que em 2018, Bolsonaro representava o anti-PT, Lula representa em 2021, o anti-Bolsonaro. Convenhamos e não esqueçamos que os governos do PT foram desastrosos.
Tragicamente, não há até o momento, um nome novo que seja racional, de diálogo, de propostas estratégicas, de discurso eleitoral inovador e convincente. Rezemos.
COLUNISTA - Este é um artigo de opinião do colunis