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A Política Fiscal do governo Bolsonaro está completamente comprometida. Não houve a inadiável reforma tributária, tampouco reforma administrativa que pudessem estancar a sangria das contas públicas. Obviamente que déficit público e dívida pública maiores são esperados para os próximos anos vindouros. Portanto, tempos muito difíceis para o conjunto da Economia Brasileira e por consequência, para a sociedade brasileira. Porque os agentes econômicos, investidores, empresários ficarão totalmente descrentes de recuperação consistente da combalida Economia do Brasil, quando as contas do governo se encontram totalmente desguarnecidas. Isto significa que haverá menor capacidade de investimentos públicos, impacto limitado no crescimento e desenvolvimento econômicos. E por que expresso essas considerações? Porque o acordo com o Centrão, que efetivamente governa o país, extrapolou o teto dos gastos públicos, alegando que precisava para pagar o Auxílio Brasil, mas sabemos nós que era para pagar as emendas parlamentares dos congressistas do Centrão. Pensando na eleição de 2022, a equipe econômica de Paulo Guedes, refaz a todo instante as contas para encontrar recursos a serem transferidos para honrar as despesas. Neste momento grave da vida nacional, Bolsonaro num novo lampejo de populismo, quer oferecer, ainda que justo, reajuste salarial ao funcionalismo público federal. Uma vez mais, pensa na Eleição de 2022. Com isso, as contas públicas ficam mais e mais deficitárias. Evidentemente que o desencanto da gestão fiscal pública federal, traz insegurança econômica e política, haja vista que os dois políticos mais bem posicionados nas pesquisas de opinião pública para 2022, são idênticos na demagogia e populismo. Falar e pensar em Governança Corporativa é puro delírio. Não adianta, a questão não é somente econômica, é antes de mais nada, aritmética. É fundamental equilíbrio financeiro no Orçamento Público. Não há mágica e segredo. Impressiona como o Poder ofusca o bom senso e equilíbrio: o apego do Ministro Paulo Guedes ao cargo de Ministro da Economia é constrangedor, pois ele contradiz totalmente sua adesão ao liberalismo, desde quando estudou na Universidade de Chicago. Por uma questão de dignidade, deveria pedir demissão do cargo, da mesma forma que outros 16 ex-membros da equipe econômica comandada por ele. A cada dia, os atos e decisões do Presidente Bolsonaro contradizem totalmente a postura adotada no programa de governo de 2018 que jurava obedecer. Aliás, o Ministro Paulo Guedes era chamado de Posto Ipiranga, tal o controle que exerceria no comando da Economia Brasileira. Entretanto, ao longo dos dias, semanas e meses, os princípios foram sendo abandonados, um a um. Sempre digo que qualquer governo que se preza, deve se basear em, ao menos, dois pilares: Justiça e Economia. Moro pediu demissão porque foi completamente abandonado nos fatores norteadores da Justiça e Segurança Pública e Paulo Guedes deixou de ser o Posto Ipiranga. Esperar o que de um governo que demite um médico do cargo de Ministro da Saúde para colocar no seu lugar um General de Exército?

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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