16/12/2021 Por Roberto Kawazaki: Se não houver um novo governo em 2023 que signifique renovação, propostas novas, gente diferente, honesta, competente e comprometida vamos ficar a deriva da comunidade internacional e seremos antagonistas
O tempo passa e os problemas econômicos mudam com ele. Por exemplo, nos anos de 1980, o problema era a inflação altíssima que relutava em cair, prejudicando a todos, principalmente os mais necessitados. Já na década de 1990, o problema era o endividamento público, que impedia o pais de crescer economicamente e portanto, socialmente. Na década seguinte, início do século XXI, o problema crucial da Economia Brasileira era fazer o PIB crescer e se desenvolver. Na década de 2010, o problema era combater o desemprego, buscar alternativas energéticas, preservar o meio ambiente e diminuir a desigualdade social. E esta década,
qual o problema ou problemas?
Certamente que todos devem concordar que nossos problemas se agravaram: a inflação voltou, o endividamento público retornou triunfalmente, o PIB não cresce mais de 1% ao ano, o desemprego é trágico, estamos buscando novas fontes renováveis energéticas, todos querem preservar o meio ambiente, e fundamentalmente, reduzir urgentemente a desigualdade social, saciar a fome que se alastrou, a pobreza que cresceu, a violência urbana e rural que se agravou, a falta de infraestrutura urbana, ou seja, nossa regressão absurda.
Se não houver um novo governo em 2023 que signifique renovação, propostas novas, gente diferente, honesta, competente e comprometida, filosofias republicanamente autênticas, quebra de paradigmas, novas ideias e um plano de desenvolvimento social e econômico, vamos ficar a deriva da comunidade internacional e seremos antagonistas. Porque protagonistas serão a China, Índia, EUA, Europa, Japão, talvez o Paquistão e, quem sabe, o Brasil. Buscar a formação governamental de grandes cientistas, empresários, entidades, dialogar com todos, criar pontes, fomentar amizades, formalizar acordos bilaterais, firmar tratados, integrar coalizões, esse deve ser o eixo de governo a partir de 2023. O tempo é curto e passa logo.
Chega de acordos políticos com o Centrão, acordos devem ser firmados com partidos políticos, ter uma base legislativa sólida e de
muito diálogo, sem confrontos. Respeito à Democracia, aos diferentes, basear a conduta em poderes independentes e harmônicos entre si.
Estabelecer metas governamentais, objetivos de política econômica coerentes e contemporâneos, eixos de desenvolvimento
econômico, plataformas prioritárias, equipes técnicas, competentes, não é pedir muito. Contudo, não é pouco. Haja capacidade e inteligência.
Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com