Paineira Tupã

As autoridades do legislativo federal, tanto do Senado quanto da Câmara Federal, perderam o juízo ao aprovar a PEC do Estado de Emergência. O próximo governo federal terá que efetuar um ajuste monstruoso, pois a Dívida Pública e o Déficit Público estão ficando insustentáveis, haverá instabilidade econômica, com quedas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo ), disparada do Dólar, Inflação mais descontrolada do que hoje, Recessão com as subidas da SELIC, que já ocorrem, PIB em declive, perda da renda per capita, desemprego ainda maior, etc. O quadro social ficará insustentável, a não ser que o novo Presidente eleito assuma compromissos, ainda em Outubro, de fazer ajustes fiscais, monetários e cambiais para o mandato que iniciará em 2023, trazendo um mínimo de serenidade e equilíbrio à Economia Brasileira, acalmando os agentes econômicos nacionais e internacionais. Tanto a oposição quanto a situação aprovam em bloco, a PEC absurda que efetua gastos sem lastro de receita. Se já não bastassem os efeitos trazidos pela subida internacional do Petróleo, os desajustes de matérias primas, alimentos, fertilizantes, chips e tantas outras mercadorias que estão em desequilíbrio com a Demanda, inflação em subida, custo de vida que cresce absurdamente. Por isso, não adianta tomar medidas eleitoreiras que aliviam temporiamente a situação grave de algumas categorias, como caminhoneiros, taxistas, ainda que tragam um mínimo de renda aos desassistidos e desalentados. Efetivar perdas às receitas dos Estados, aliviando o bolso da logística de transportes, da classe média, Auxílio Gás de Cozinha, Auxílio Brasil a um número maior de pessoas em situação de miséria, tudo isso está no contexto dos interesses eleitorais de Outubro. Não ficará impune quaisquer gastanças de recursos públicos totalmente desvinculados da realidade arrecadatória da Administração Pública. Basta ver a conjuntura econômica totalmente descontrolada que estamos vivendo, trazidos por uma polarização política aguçada pela intolerância ideológica. O problema não é ideologia é Economia, com seus princípios econômicos seculares trazidos por centenas de economistas, desde William Petty e Adam Smith em 1776, que estão sendo totalmente desrespeitados. Será que nossos legisladores federais se esqueceram dos descalabros feitos pelo Governo Dilma, que terminou como todos devem se lembrar e que o Governo Bolsonaro caminha no mesmo buraco? Na verdade, Bolsonaro já sabe que perdeu a eleição e está preparando um rombo monumental para o eventual Governo Lula, para tentar voltar em 2026 como salvador da pátria, na tentativa de repetir 2018. Muitos ficam atacando os institutos de pesquisa, como se eles estivessem manipulando as opiniões dos eleitores e eleitoras. Ora, será que a situação econômica trazida por Bolsonaro é satisfatória ao povo brasileiro ? Para quem acompanha eleições politicamente, com base em Ciência Política e análise estatística das eleições federais passadas e analisa a conjuntura política, social e econômica, sabe que o tempo passa e os números não mudam. Ou será que alguém, em sã consciência acredita que esse alívio da PEC do Estado de Emergência vai mudar o quadro político?

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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