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Mais uma vez, a independência do Banco Central é motivo de polêmica na esfera do Governo Federal. Parece que o Presidente Lula acha que o Presidente Roberto Campos do Banco Central está boicotando o atual governo, pois ele assumiu o mandato no Governo Bolsonaro. Ledo engano. O Banco Central administra basicamente a Política Monetária Federal: cuida da Base Monetária, Meios de Pagamento, Crédito, Juros, Dinheiro em Circulação, etc. O que incomoda tanto Lula, quanto incomodava Bolsonaro, é que o Bacen tem o Copom-Comitê de Política Monetária, que se reúne mensalmente para definir, dentre outras questões, a taxa SELIC, que é a taxa básica de juros, referência para as demais taxas de juros do mercado financeiro, pois estabelece os juros a remunerar os títulos de dívida pública federal. Como a taxa SELIC foi definida em 13,75% para o mês de Fevereiro até o mês de Março, muito acima da taxa de inflação( em torno de 5% ao ano ), o que significa uma altíssima taxa real de juros ( spread ), impacta e muito nas vendas a prazo, no custo dos financiamentos e, com isso, nos futuros investimentos. Ou seja, é um verdadeiro freio para o crescimento do PIB. Isso, é óbvio, é um verdadeiro tormento para Lula. Contudo, no pensamento do Bacen, especificamente do Copom, não do Presidente Roberto Campos, pois é um colegiado, fixar a taxa SELIC é o meio mais lógico para conter a inflação. Por quê? Porque com a inflação acima da meta estabelecida pelo governo, cabe ao Bacen, que gerencia a Política Monetária, através do Copom, subir a taxa SELIC e com ela, as demais taxas de juros, para conter o crescimento do consumo, pois a oferta de bens e serviços não é suficiente para atender um eventual crescimento do consumo. Assim, no curto prazo, como os investimentos não aumentam e com isso, a produção e oferta também não crescem, resta a medida limitada de conter o consumo para frear a inflação. Inflação que corrói sobretudo a renda dos mais pobres. Na verdade, o Bacen está trabalhando para controlar a inflação, que prejudica a todos, especialmente os assalariados. Portanto, o Presidente Campos está a favor do Presidente Lula, pois se a inflação subir, além de prejudicar mais os vulneráveis, irá impedir o crescimento do consumo e, com isso, não haverá nem investimentos, nem renda, emprego, impostos e produção. Ou seja, não haverá crescimento econômico. Por outro lado, o Presidente Campos errou ao não explicar que a decisão não é dele e sim do Copom, que é um colegiado. Errou em dizer que até o final do ano, a SELIC não iria cair. Ora, ninguém sabe o que ocorrerá no mês de Fevereiro, quanto mais o que acontecerá durante o ano. Pois o governo Lula já disse que haverá uma nova âncora fiscal e sobretudo haverá uma reforma tributária. Estão todos errados. Impressionante.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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