Paineira Tupã

Não é de hoje que nossos Presidentes da República, tal qual outros Chefes de Governo e de Estado, teimam em fazer discursos de improviso em eventos públicos e solenes, fugindo da leitura segura e equilibrada dos discursos escritos e muito elaborados.

De fato, após o Presidente Lula discursar de improviso na visita à China, ao condenar tanto a Rússia quanto a Ucrânia, por serem igualmente responsáveis pela Guerra, que começou, diga-se de passagem, pela simples e indefensável agressão e invasão da Rússia Imperialista à Ucrânia, com condenações gerais desde a ONU quanto todos os países democráticos. 


Depois na visita a Portugal, Lula desmentiu a si mesmo. Precisava passar por esse vexame ? Aliás, por que Lula, como o ex-Presidente Bolsonaro e tantos outros Presidentes da República gostam de falar de improviso? Por que não fazer a leitura pura e simples de discursos escritos por assessores bem preparados, objetos de muitos estudos, análises, de releituras, tendo uma equipe multidisciplinar pronta e capacitada a trazer documentos públicos e fartamente aceitos pela comunidade internacional ?

Será porque amam atrair atenções da imprensa nacional e internacional, além obviamente da diplomacia internacional e principais governantes do mundo todo ? Ou será porque se acham devidamente preparados a debater, com rara competência, assuntos econômicos, geopolíticos, militares, religiosos, sociais, culturais, filosóficos, etc. ? 


Na verdade, os discursos de improvisos causam verdadeiros traumas e desmentidos, por parte do Itamaraty e de Ministros, colocando desnecessariamente o Brasil em situações de vergonha e absolutamente indecoro na comunidade nacional e internacional. A troco de quê ? Apenas e tão somente provocam a ira e maiores dificuldades no relacionamento entre países e dificultam sobremaneira tratados e acordos econômicos e comerciais com blocos econômicos e com países, que são evidentemente, parceiros comerciais do Brasil há décadas. 

É preciso que assessores digam ao Presidente Lula, que ninguém na face da Terra redonda, sabe de tudo, é onisciente, onipresente e onipotente. Nos tempos de grandes avanços científicos e tecnológicos do terceiro milênio, cada profissional sabe parcialmente sobre sua profissão, ainda que estudem durante décadas sobre a área científica. 
Na verdade, temos muitas limitações, somos contaminados por preferências políticas, econômicas, culturais, religiosas, esportivas, filosóficas, ideológicas e sociais. Assim sendo, nossas visões de mundo serão parciais e portanto, devem merecer o auxílio de outros profissionais de outras formações. 


Ficar somente na leitura escrita por inúmeros profissionais é segurança, é serenidade, transparência, evitarão futuros desmentidos que somente desqualificam o Brasil. Lula precisa saber que seu conhecimento é limitado, parcial e simplista, para debater assuntos ilimitados, imparciais e complexos.

Santa catarina

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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