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Todos imaginavam que o Brasil tinha mais de 213 milhões de pessoas, depois num segundo momento, estimava-se que éramos cerca de 208 milhões de pessoas. No final do Censo do IBGE, chegou-se ao patamar de pouco mais de 203 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 5% menor que as estimativas gerais. Houve a bem da verdade, inegável decepção.

Afinal de contas, o gigante não é tão gigante assim. O grande problema é que o Brasil está com sua população bem mais idosa, temos menos crianças e jovens, isto é, o Brasil perdeu definitivamente o bônus demográfico, o que significa jovens que elevam a PEA-população economicamente ativa, entrando no ponto culminante do mercado consumidor, criando condições amplamente favoráveis para o país crescer e que exigem menos políticas públicas do que se exige quando temos população majoritariamente idosa, com maiores despesas públicas com amparo previdenciário, gastos com saúde pública e assistência social.

Quando o país está no bônus demográfico, sem maiores esforços, a juventude carrega o crescimento do P.I.B. Contudo, quando se perde o bônus demográfico, e a perda é irrecuperável, pois há grande tendência mundial e brasileira de famílias menores, menos filhos, ou até mesmo, sem filhos, há que se efetivar medidas contundentes no sentido de elevar a produtividade do trabalho por pessoa. Principalmente porque há enorme pressão sobre o setor público no sentido de elevar os gastos públicos no setor previdenciário e social.

Adiciona-se a esse fato negativo, o problema da diminuição do mercado consumidor brasileiro. Sem sombras de dúvidas, o mundo volta seus olhos para investimentos em países com bônus demográfico, como a Índia e o Paquistão, além é claro, da China. Portanto, haverá a partir de agora, maiores pressões para que o Brasil invista pesadamente na Educação, para elevar a escolaridade populacional, que com isso permita revolucionar a produtividade do trabalho, com investimentos significativos em Pesquisa, Desenvolvimento (P&D), Ciência e Tecnologia.

Ou seja, nada de EAD e sim, Escola em Tempo Integral. Haverá também, em patamares semelhantes, pressões em investimentos públicos e privados em Saúde Pública no sentido de assistir os novos contingentes populacionais idosos e aumentar a expectativa de vida populacional. Na tentativa de manter o tamanho do mercado consumidor, já que fazê-lo maior, se tornou medida inviável. É preciso, assim sendo, recuperar o Brasil que se perdeu a partir dos anos 1980. Urge e ainda assim, será preciso trabalhar muito.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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