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Na noite desta terça-feira (29), o atacante Gabriel, o Gabigol, do Flamengo, comemorava seu aniversário de 27 anos em Itanhangá, zona oeste do Rio de Janeiro, e alguns torcedores do Flamengo foram até o local protestar contra o atleta. A pergunta que fica é: protestar o quê e por quê?

Será que, por ser jogador de futebol com salários altos, não se pode mais ao menos comemorar mais um ano de vida? Todos sabem que em nosso país, depois de uma derrota, jogadores de grandes clubes são ameaçados pessoalmente e, principalmente, pelas redes sociais; não podem sequer sair em lugares públicos e agora, pasmem, nem mesmo comemorar seu aniversário. Os jogadores têm direito a isso, a não ser que vençam todos os jogos.

Faixa critica festa de Gabigol, do Flamengo — Foto: Vinicius Rodeio

Faixa critica festa de Gabigol, do Flamengo — Foto: Vinicius Rodeio

Infelizmente, não existem mais limites para o torcedor de futebol no Brasil. Muitas vezes, os culpados são diretores dos clubes e, principalmente, parte da imprensa que hoje perdeu o profissionalismo e mostra claramente o fanatismo, vindo a público nas redes sociais, incitando de alguma forma a violência com duras críticas apontadas a um só jogador ou treinador. São raras as exceções que apontam algum diretor ou presidente de clubes. Não que eu ache que esteja certo, porém é aí que eu digo que diretores de clubes entram nesta lista de culpados. Por muitas vezes, são eles que vazam a informação de onde o jogador vai estar, que horas a delegação do clube chega ao aeroporto ou até mesmo onde será a festa.

Carros da polícia fazem segurança da festa de Gabigol, do Flamengo — Foto: Vinicius Rodeio

Carros da polícia fazem segurança da festa de Gabigol, do Flamengo — Foto: Vinicius Rodeio

Já foram os tempos em que os problemas do futebol ficavam apenas dentro de campo. Estamos vivendo os tempos em que o futebol perdeu o limite dentro e fora das quatro linhas. Com isso, continuo afirmando que não existe amor por parte dos jogadores ao futebol nos tempos de hoje. Hoje, o futebol, mais do que nunca, é visto pelos atletas como puro e simplesmente uma profissão. Isso se deve, em grande parte, à culpa das arquibancadas, que fizeram do futebol brasileiro uma obrigação de vitória, seja qual for o adversário. Os salários são altos, então virou obrigação vencer. Amor de torcedor? Não. Não podemos chamar essa atitude de amor de torcedor, mas sim obsessão. Porém, obsessão e futebol não dão certo.

Precisamos ser torcedores nas arquibancadas e cidadãos fora dos estádios, para que um dia nosso país volte a ser, mais uma vez, apenas o país do futebol.

HUM TUPÃ

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Anderson Oliveira

Anderson Oliveira é natural de Tupã. Cronista e comentarista nas rádios Monte Verde Esportes, Gama Esportiva do Estado do Río de Janeiro, MS Web Rádio do estado do Mato Grosso do Sul, Jornal Sem limites da cidade de Santo Antônio de Pádua interior do Río de Janeiro, Rádio Cidade (comentarista) na cidade de Volta Grande estado de Minas Gerais.

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