Paineira Tupã

Após meses de turbulências entre o Presidente Lula e a Diretoria do Banco Central, a respeito da manutenção da taxa de juros SELIC-Sistema Especial de Liquidação e Custódia, taxa básica de Juros, referência na remuneração dos títulos de dívida pública federal e portanto, das demais taxas de juros que vigoram no mercado financeiro, em duas reuniões do COPOM, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa SELIC de 13,75% ao ano em Julho, para 13,25% em Agosto e 12,75% ao ano.

Portanto, foram duas reduções de 0,5%, o que é muito positivo, haja vista que o estoque de dívida pública federal diminui de valor, o custo do dinheiro para empresas e consumidores cai a curto prazo, possibilitando elevar investimentos privados, contribuir para alavancar o consumo geral, ao induzir aumentos nas vendas a prazo de bens e serviços. Sem sombras de dúvida, que as duas reduções são muito positivas para impactar positivamente no crescimento o PIB em 2023.

Outrossim, há que se registar, em conformidade com as atas do COPOM dos dois últimos meses, que as duas reduções foram consequências da busca da normalidade jurídica da equipe econômica federal, de trazer racionalidade econômica nas ações de política econômica federal, nas ações concretas de proposta de reforma tributária, anseio antigo da classe produtora nacional, e do arcabouço fiscal, condições cruciais para ter um ambiente fiscal mais equilibrado. De outro lado, condições amplamente favoráveis de política fiscal sob gestão equilibrada, tanto do lado da arrecadação tributária, quanto dos gastos públicos, permitem contaminar a política monetária federal, sob gestão do Banco Central.

Com isso, além da óbvia previsibilidade econômica, objetivo claro da equipe econômica federal, com políticas fiscais e monetárias coerentes e conectadas, permitem uma gestão da política cambial mais racional e previsível, sem que se possam vislumbrar instabilidades cambiais no ambiente externo. Com tudo isso, e aliado ao fato de que o Congresso Nacional respalda reformas econômicas amplamente aguardadas pela comunidade produtiva nacional, é preciso que tenha continuidade a busca incessante da normalização das relações com países e organismos econômicos do Brasil, se reinserindo no contexto das relações diplomáticas tradicionais e absolutamente controladas.

Contudo, é preciso que pressões do PT e de setores descomprometidos com o equilíbrio fiscal, monetário e cambial da política econômica federal, não comprometam o desejo de descolar os gastos públicos das arrecadações tributárias que podem não corresponder aos desejos da Receita Federal, trazendo um desequilíbrio nas contas públicas federal, estaduais e municipais, o que poderia frear a tendência de queda para os próximos meses da SELIC, o que comprometeria perspectivas de crescimento do PIB.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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