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Quando olham para um psicólogo em um lugar de fala, muitas vezes já imaginam que virão falas parecidas com algum conselho ou algo semelhante a auto ajuda, etc. Contudo, é sempre bom enfatizar que o psicólogo não dá conselho, não decide; mas junto com você, te ajuda a trazer de volta sua capacidade de decidir, de repensar, refletir, reconstruir e ressignificar. E é exatamente isso, que os convido com esse breve texto!

Quando falamos de algo que resta, alguma coisa que sobrou, nós seres humanos, como nos alerta a psicanalista e professora Ana Suy, em seu livro “A gente mira no amor e acerta na solidão”, pensamos apenas em algo que já não tem mais uso, que mereça ser descartado, jogado fora. Como se fosse algo apenas ruim, pejorativo. Mas e se eu te disser que nós somos compostos de tudo que resta? E que nem tudo que sobra, é realmente lixo?

Deixe-me explicar, nós somos feitos de todas as nossas experiencias e basicamente, dentre todas elas, tudo aquilo que talvez tenha tinha tido menos significado para nós, vamos dizer que deixamos em um cantinho do esquecimento, quanto outras coisas são realmente esquecidas de fato. Diante disso, ao contrário do que foi dito anteriormente, aquilo que de certa forma nos marcou, teve um certo significado; sendo algo de um livro, um relacionamento, um filme, etc., ou seja, o que restou em nós de todas essas vivencias que marcaram de dias anteriores, anos anteriores, é o que nos faz sermos o que somos no momento atual.

Agora, peço licença para trazer brevemente um trecho do meu próprio discurso em minha colação de grau:

“Peço que se imaginem em uma corrida, como se nos colocássemos em uma competição; uma maratona, onde nesta competição, estamos nós e todos as coisas que nos assombram, todos os nossos monstros que tentam nos impedir de chegar onde queremos chegar, além de toda a dificuldade que é a própria corrida de cada um, onde cada um tem sua estrada, toda esburacada, seu caminho cheio de barro, de chuva e sol; que não teve pausa alguma mesmo com o mundo todo parando durante 2 anos. (Sim a pandemia). Pelo contrário, se intensificou! E nisso tudo além daqueles monstros surgem novos, os de comparações...

Mas e quando isso acaba? Quem vence? Quem é o campeão dessa corrida? Se todo mundo se dedica? Quem é o campeão? Se todo mundo se aplica? Quem é realmente o campeão? Fica a dica! O campeão nessa grande trajetória, é quem acredita! E pode se dizer que na medida do possível, acreditamos em nós.

E hoje, somos o que resta! Sim, o que resta...

O que restou da nossa corrida, o que mais nos marcou durante todos os anos, as experiências que mais nos tocou, as coisas que mais nos atravessou e restou em nós, que nos fez sermos quem somos hoje, mas que na época, não foi compreendido e por isso, no "final" de tudo, nós somos apenas aquilo que resta.

Somos aquilo que resta para criar novas coisas, para viver novas coisas, salvar novas coisas, deixar novas coisas...

Que possamos seguir sonhando, não correndo, mas caminhando; para seguirmos vivendo, desejando e na medida do possível, realizando. Pois, enquanto há vida, há sonhos, enquanto há sonhos, há desejos!”

E ao final e/ou começo de tudo; somos apenas aquilo que resta. Cacos por inteiros. O que restou para 2024!

Seguimos vivos, seguimos construindo novas coisas!

HUM TUPÃ

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Victor Breno Neves

Victor B. Neves - Psicólogo: CRP: 06/202727. Pós-graduando em Clínica Psicanalítica. Escritor, compositor e articulista do TupaCity.com

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