HUM TUPÃ

 Com a tragédia que acomete o Rio Grande do Sul, mais uma vez, o Brasil adota um trabalho voluntário de socorro às vitimas admirável. Profissionais da Defesa Civil, autoridades e  pessoas assumem posturas de compaixão, auxílio e abnegação. Obviamente que atitudes  corretivas e salvar vidas é fundamental. Depois é auxiliar com bens materiais. Os poderes  públicos federal, estaduais e municipais estão de parabéns. Da mesma forma, pessoas comuns  também estão comprometidas com a causa humana de socorrer àqueles que mais precisam. Perfeito.  

De outro lado, o planejamento estratégico de prevenir foi desastroso. Mais uma vez. Ficamos à mercê dos acontecimentos, alguns imprevisíveis, outros imponderáveis e inesperados. Afinal de contas, os fenômenos climáticos, ainda que parcialmente previsíveis pela  Ciência Meteorológica, alguns são totalmente imprevisíveis. Claro que as mudanças climáticas  são cada vez mais frequentes e danosos. Em todo o mundo. Chuvas, tempestades, furacões,  terremotos, nevascas, inundações, etc. Contudo, continuamos a discutir sem quaisquer  providências que possam evitar ou atenuar sofrimentos de todos os atingidos.  

Ao longo da História da Humanidade, as civilizações sempre construíram suas  habitações nas margens dos rios, lagos, nas praiais. Mas, as habitações aumentaram  significativamente para acomodar bilhões de pessoas, que nasciam em patamares  descontrolados. E o planeta Terra continua o mesmo... Habitações e construções foram feitas  em locais que antes eram ocupadas pela natureza: encostas, vales, etc. Urbanistas sempre  criticaram os níveis absurdos de desmatamento, de ocupações em locais inadequados, em  várzeas, em mangues, localidades sujeitas e inundações.

Corroborado por decisões pouco  inteligentes de impermeabilizar cada vez maissolos que antes absorviam a água. Mas que agora, com pisos frios, asfaltos, concretos e pedras que impedem a água de se infiltrar no solos,  provocam inundações cada vez mais naturais e frequentes. No plano dos governos, não há, ao  menos no Brasil, sequer órgãos públicos para trabalhar cotidianamente no Planejamento  Estratégico de contenção de desastres. Temos apenas a Defesa Civil trabalhando no socorro.  

Na verdade, há poucas autoridades verdadeiramente inteligentes trabalhando na  prevenção. Politicamente é mais visível, principalmente nos meios de comunicação e redes  sociais, prestar socorro às vítimas. Os impactos eleitorais são mais eloquentes do que planejar,  programar e executar medidas preventivas. Não há mídia, tampouco há repercussão entre  eleitores.  

O trabalho educativo e esclarecedor para as populações desinformadas é longo e  demorado. Infelizmente o caminho será doloroso, dramático e a perder de vista. 

HUM TUPÃ

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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