Paineira Tupã

 Estão terminando os Jogos Olímpicos de Paris 2024. A cada ciclo olímpico, renovam-se  as esperanças de que o Brasil possa crescer gradativamente no cenário esportivo internacional. 

Se for medir pelas medalhas de ouro, prata e bronze obtidas pelos nossos atletas sensacionais,  não há por que duvidar desses ganhos nos degraus olímpicos. Até os Jogos de Tóquio em 2021,  face o adiamento da pandemia da Covid-19 em 2020, o Brasil vinha ganhando cada mais  medalhas, haja vista que na última olimpíada, obtivemos 21 medalhas, o maior já obtido pelo  Brasil: 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes, chegando em 12º lugar no ranking mundial.

Pouco abaixo  de nossa condição econômica, medida pelo PIB. Em 2024, com a publicação deste artigo antes  do final dos Jogos de Paris, não se pode concluir, se melhoramos ou se pioramos em termos de  desempenho esportivo. 

 De qualquer forma, o Brasil poderia não depender de algumas medidas esporádicas e  corretas tomadas na gestão de algumas modalidades e de talentos natos que o país insiste,  felizmente, em gerar a cada ciclo olímpico: Rebeca de Andrade e Rayssa Leal em 2021 e Beatriz  Souza no Judô em 2024. É muito pouco face o potencial esportivo e populacioinal que temos. 

 Tivéssemos nós, uma política esportiva nacional, estaríamos brigando por muito mais  medalhas e posição mais honrosa no ranking olímpico. Estamos melhorando, é verdade, mas  num ritmo muito lento e demorado.

O que chamamos de política nacional de esportes, envolve,  dentre outras medidas: (1) planejamento governamental de 4 anos, independente do Presidente da República de plantão, que é o ciclo olímpico, mediado pelas confederações de  cada modalidade, com apoio de grandes empresas nacionais e multinacionais e universidades;  (2) Fundo de recursos oriundos de Orçamentos Públicos Federal, Estaduais e Municipais, com  verbas de jogos e loterias, recursos de empresas privadas, com subsídios advindos de estímulos  fiscais, creditícios e tributários, bem como de orçamentos de universidades; (3) Campeonatos  Municipais, Estaduais e Nacionais de todas as modalidades em todos os anos, bem como  Campeonatos Colegiais e Universitários exigidos pelo MEC; (4) Centros de Alta Performance de  Treinamento, Capacitação, Alojamento, Alimentação e Estudos de cada modalidade, localizados  estrategicamente em municípios que tenham aderência e expertise na modalidade olímpica; (5)  Estender a todo o Brasil, o que o Estado de São Paulo executa a décadas: Jogos Regionais e Jogos  Abertos; e (6) Liderados pelo Ministério dos Esportes, Educação e Saúde, promover através da  massificação de crianças, jovens a tomar conhecimento e acesso a todas as modalidades  esportivas olímpicas, do mesmo modo como o Judô realiza nos dias de hoje, através de  entidades ligadas à comunidade nipo-brasileira. 

 É possível imaginar a quantidade de talentos de crianças e jovens, que hoje completamente marginalizados social e esportivamente, seriam descobertos e  incluídos no cenário esportivo nacional e internacional: quantas Rebecas, Rayssas e  Beatriz surgiriam e permitiriam o Brasil melhorar no campo educacional, cultural,  esportivo e social, além de econômico ? Sonhar e trabalhar.   

cabonnet

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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