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Vivemos tempos conturbados e instáveis. Meses atrás, em 17 de junho, o desempenho da Bolsa Brasileira, a B3, caiu para 119.000 pontos, o pior patamar de 2024, após ter alcançado, em 2023, o melhor desempenho da história, com 134.000 pontos. Agora, em agosto, a B3 chegou a 136.000 pontos, novamente o melhor da história.

Em um curto espaço de tempo, a Bolsa passou do melhor desempenho histórico em 2023 para o pior desde 1982, e agora voltou a apresentar o melhor da história. Como explicar essa volatilidade?

De um lado, é importante lembrar que, como expliquei anteriormente, os dados econômicos do Brasil em 2023 apresentavam indicadores muito bons: inflação sob controle, balança comercial superavitária, desemprego em queda, PIB em crescimento, dólar estável, balanço de pagamentos equilibrado, reservas internacionais em níveis elevados, e SELIC em queda. O resultado foi uma Bolsa de Valores (B3) batendo números muito positivos, o que contribuiu para a recuperação em curto espaço de tempo.

Entretanto, durante o primeiro semestre de 2024, houve pressões internacionais, como guerras e a previsão de queda do PIB dos EUA. Além disso, as taxas de juros americanas se mantiveram em níveis altos, sem perspectiva de redução. No Brasil, houve um descompasso entre a política monetária, conduzida pelo Banco Central, e a política fiscal, administrada pelo governo federal, estadual e municipal, além dos poderes legislativo e judiciário. Previsões de déficits fiscais e o aumento da dívida pública federal, que se aproximava de 80% do PIB, junto com a inflação brasileira atingindo o teto previsto, criaram um cenário nebuloso e desajustado. A crítica do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também contribuiu para a instabilidade.

Contudo, a conduta do Banco Central, com medidas corretas de ajuste para manter a inflação dentro da meta, trouxe estabilidade e previsibilidade. O resultado foi a alta de 136.000 pontos da B3, o melhor da história, revelando que os dados econômicos do Brasil estavam sob boa gestão e controle. Além disso, o PIB dos EUA apresentou uma boa performance, com perspectivas de queda nas taxas de juros (Prime Rate) para setembro, o que tornou o Brasil mais atrativo para investidores nacionais e estrangeiros. Novamente, a B3 alcançou 136.000 pontos, o melhor desempenho da história.

Apesar disso, o PT e o presidente Lula continuam a criticar as decisões do Banco Central e a conduta da equipe econômica do governo. É impressionante como Haddad, Tebet, Alckmin e Dweck sofrem com o fogo amigo do PT e do governo como um todo. Ajudaria muito mais se houvesse unidade no governo.

Por outro lado, se medidas fiscais que recebam apoio do Congresso Nacional, do PT, do governo federal e do STF forem implementadas para controlar os déficits fiscais e orçamentários, a dívida pública não crescerá tanto, e o desempenho econômico do Brasil poderá surpreender ainda mais.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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