O CRIME NÃO COMPENSA
25/04/2025
Fonte: Roberto Kawasaki
Artigo de Roberto Kawasaki
Mais um escândalo de corrupção: agora onerando os aposentados e pensionistas do INSS com desvios bilionários para supostas ONG’s. Não foi o primeiro caso de corrupção, tampouco será o último. Muitas pessoas imaginam que o que move as ações humanas é a ideologia em primeiro lugar, contudo, uma vez mais, fica provado que, independentemente do governo de plantão e sua ideologia, o que move em primeiríssimo lugar, ações humanas, seja no poder público ou no mundo privado, é o interesse econômico.
Diferentemente de outras épocas, em que não haviam tantos controles administrativos e tecnológicos, onde os desvios de dinheiro público e privado eram mais difíceis de serem descobertos, hoje, com tantos recursos tecnológicos, com câmeras em todos os locais, com máquinas fotográficas e filmadoras incorporados a poderosos smartphones, com bilhões de documentos digitais circulando na internet e arquivados em portentosos data centers, definitivamente, o crime não compensa.
Além do crime não compensar, seja pela razão maior, de ser imoral e desonesto, também porque serão facilmente descobertos, não se deve cometê-los. É questão de tempo, os crimes cometidos, por mais elaborados e sofisticados que sejam, serão descobertos. Se não for hoje, será amanhã. Afinal de contas, tudo pode ser rastreado. Vivemos a era da sociedade da informação, em que tudo que movimenta dinheiro está digitalizado, disponibilizado, arquivado e, principalmente, está permanentemente circulando e cruzando dados.
De outro lado, o sistema educacional e cultural deveriam orientar em caráter incisivo e repetitivo, a população a não cometer crimes, por todas as razões acima elencadas. A começar pelas novelas e séries disponíveis na televisão e no streaming.
A bem da verdade, os criminosos, ainda que espertos e engenhosos, são pouco inteligentes, pois deveriam saber que tudo pode ser investigado, pois tudo pode ser rastreado, bastando que uma pessoa munida de um smartphone decida denunciar anonimamente pelo aplicativo, por e-mail e pelas redes sociais.
Definitivamente o crime não compensa. Aliás, os próprios criminosos deixam rastros evidentes: com os resultados financeiros dos crimes cometidos, adquirem chamativos a toda a população, comprando automóveis caríssimos e pouco acessíveis aos mortais. Mais, compram sem que possam comprovar a origem do dinheiro, imóveis luxuosos. Demonstram provas materiais às claras, para quem quiser ver e investigar. Realmente os criminosos não são leitores de livros. Pois se fossem, iriam ler 1984 de George Orwell.
Não há crime perfeito. De outro lado, temos uma Polícia Federal muito eficiente e há órgãos e servidores públicos honestos e corretos, que apreciam o que é certo. Dinheiro público não é de particular, tampouco dinheiro dos outros não pode ser de qualquer pessoa. Definitivamente o crime não compensa.
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT, Delegado do Conselho Regional de Economia – SP e colunista da Rádio Cidade, Tupacity e Diário.
Fique informado em tempo real sobre as principais notícias de Tupã e região.