Como há muitos anos, seguidamente os EUA tem superávits na balança comercial com o Brasil, ou seja, mais exportam que importam, tecnicamente nada justifica o Presidente Trump adotar 50% de acréscimo no imposto de importação sobre os todos os produtos brasileiros. Caso houvesse variações de % de imposto de importação sobre os produtos brasileiros, de acordo com a concorrência com produtos semelhantes fabricados nos EUA, haveria justificativa econômica na absurda medida adotada pelo Presidente norte-americano. Contudo, não é o caso. A bem da verdade, duas são as razões apresentadas pelo próprio Presidente Trump na justificativa da draconiana medida adotada contra o Brasil: as posições do BRICS na recente reunião ocorrida no Brasil, em desfavor aos EUA, na medida que querem, dentre outras ações, adotar uma nova moeda internacional em substituição ao dólar americano e certamente, pelas palavras de Donald Trump, retaliar o STF na pessoa do Ministro Alexandre de Moraes por julgar os crimes cometidos pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro. Quanto a Bolsonaro, não se pode desmerecer o bem sucedido trabalho executado pelo Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, licenciado da Câmara Federal em favor a seu pai, Jair Bolsonaro.
O arrogante comportamento de Donald Trump é totalmente injustificável, pois nessa seara do imposto de importação, ele adota medidas contrárias a todos, sejam países amigos ou inimigos, nesse campo estão China, Japão, Brasil, Coréia do Sul, países europeus, etc. A metralhadora giratória de Trump rompe tratados e acordos bilaterais assumidos por décadas por ex-presidentes norte-americanos, sejam eles do mesmo partido de Trump, Republicano ou Democrata. Adota medidas intempestivas contra tudo e contra todos, com explicações econômicas ou não, sejam superavitários ou deficitários em termos de balança comercial. Aliás, instado a justificar suas ações de elevar impostos de importação, Trump candidamente disse: “ estamos fazendo isso, porque eu posso”.
Trump sabe que mirou no Ministro Alexandre de Moraes e STF e acertou na economia brasileira, no agronegócio e na indústria brasileira, por extensão, em toda a população brasileira. Por isso, os empresários do agronegócio e da indústria, em nome dos interesses nacionais vão “agradecer” a Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro pela enorme deferência demonstrada por Trump aos interesses do Brasil ?
Não se pode admitir que, ingenuamente, alguns brasileiros e autoridades, como o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas ficassem bajulando o Presidente Trump, com o seu MAGA-Make America Great Again. Que fique muito claro, a partir de agora, que agir exclusivamente com base na ideologia, no campo da política, é agir sem base no que verdadeiramente importa: dinheiro e poder. Os EUA historicamente, sejam comandados por Democratas ou Republicanos, defendem exclusivamente seus interesses, utilizando mecanismos diplomáticos, enquanto eficazes e militares em última instância. Por isso, caros leitores e caras leitoras, não podemos ficar aplaudindo os EUA de forma ingênua, ainda que possa parecer a primeira análise, algo inofensivo.
De qualquer forma, ingerência norte-americana em questões internas de outros países, os EUA sempre fizeram, a despeito de serem republicanos ou democratas. Como agora, se envolvendo em julgamento de Bolsonaro realizado pelo STF. Uma coisa é clara: o objetivo de Trump será um fracasso. Nada vai mudar o curso do julgamento comandado pelo Ministro Alexandre de Moraes. O tiro saiu pela culatra.
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT, Delegado do Conselho Regional de Economia – SP, colunista da Rádio Cidade, Tupacity e Diário.
Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com
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