Paineira Tupã

* Roberto Kawasaki No artigo anterior, escrevi sobre a pobre Venezuela. Não poderia me furtar de expressar minhas considerações sobre o pobre Rio de Janeiro. Outrora lindo e rico. Mas hoje, nem tanto lindo e muito pobre. A bem da verdade, deveria haver intervenção não apenas militar visando a segurança pública. Deveria, isto sim, haver uma intervenção política e administrativa. Desde há muito, estão trabalhando com extrema competência para colocar o Rio de Janeiro num patamar muito pior do que a situação em que encontra. Governantes e ex-governantes estavam e estão dilapidando o patrimônio público. Simplesmente roubando e pilhando o dinheiro público. Começa que o Rio de Janeiro desde há décadas, vem sendo administrado por governantes despreparados, incompetentes, desonestos e por que não dizer, por bandidos e criminosos. Basta dizer que tratam do erário público com descaso, desviam dinheiro público sem o mínimo pudor, enriqueceram e enriquecem desmensuradamente. Para piorar, utilizando do artifício trazido pelos Jogos Olímpicos de 2.016 e sede da Copa do Mundo em 2.014, quando todos sabem que exigem obras públicas vultuosas, assim fizeram para justificar projetos superfaturados e assim permitir desvios de dinheiro público para enriquecimento pessoal e familiar. A questão da Segurança Pública no Rio de Janeiro é, sem sombras de dúvidas, mais do que um caso de polícia. A gestão pública como um todo foi relegado a um plano menor. A Segurança Pública faz parte desse contexto. Contudo, os problemas são maiores. O Rio de Janeiro está literalmente falido. Não há dinheiro sequer para pagar as despesas correntes, como salários de servidores públicos e combustível para veículos da administração pública. Se não fosse o acordo financeiro feito com o governo federal, não haveria sequer meios de manter as portas abertas dos serviços públicos existentes. Pensar em obras públicas é puro devaneio. Com relação à intervenção militar na Segurança Pública, alguns ficaram estupefatos. Ora, o descalabro na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro chegou no patamar de guerra civil. Por duas razões, primeiro há ausência de Estado, haja vista que criminosos dominam áreas imensas de favelas e em segundo, cidadãos são mortos por balas perdidas e atividades do cotidiano, como por exemplo, aulas em escolas públicas são simplesmente canceladas pela bandidagem aparelhada. Não poderia continuar como estava. Entretanto, não quero dizer que a intervenção resolverá o problema da segurança pública do Rio de Janeiro. Não resolverá, porque as soluções são complexas e exigem a chegada do Poder Público por toda a área territorial do Estado. De outro lado, a inexistência de política federal de controle das fronteiras para conter tráfico de drogas, armas e mercadorias para o Brasil e tráfico de veículos roubados para outros países, inviabilizam quaisquer políticas consistentes para a Segurança Pública para o Rio de Janeiro e demais Estados. Vejam como PCC, Comando Vermelho, Amigos dos Amigos e outras organizações criminosas tomam conta da sociedade, de forma organizada e profissional. Cito aqui o caso, por exemplo, de roubos a caixas eletrônicos de bancos. Há que se fazer uma reforma administrativa que passa, insisto, numa nova Constituição Federal. O buraco é muito mais embaixo e maior.

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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