Bolsonaro
15/10/2018
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT e articulista do Tupacity.
*Roberto Kawasaki Como era esperado, houve uma imensa renovação política nacional, desde o avalanche de votos dados a Bolsonaro, quanto a novos governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Aliás, Bolsonaro levou consigo candidatos, até então desconhecidos e sem maiores recursos materiais, partidários, financeiros, a vitórias retumbantes. Indiscutíveis. A bem da verdade, impressionou como Bolsonaro sem tempo de televisão, rádio, sem estruturas partidárias, com poucos recursos, pudesse obter vitória tão expressiva e avassaladora. A internet e as redes sociais vieram substituir os tradicionais esquemas de comunicação de forma irreversível. No artigo anterior, previa a vitória de Bolsonaro até com possibilidades de obtê-la no primeiro turno. Faltou muito pouco. Diferentemente de outros tempos, em que estrutura, partidos políticos, cabos eleitorais, dinheiro, decidiam as eleições, agora, nada disso importa. Haja vista que o povo escolheu de maneira transparente, o candidato que representasse a mudança, a ojeriza ao PT, aos políticos tradicionais, aos partidos políticos e ao modo escuso de fazer política. Mais do que isso, levou representantes ao legislativo federal e estadual, que fossem do seu partido, o PSL, Bolsonaro obteve uma procuração popular que afastou os políticos tradicionais corruptos, ainda que também não fossem reeleitos políticos decentes e trabalhadores. Todos os candidatos que não fossem do PSL ou próximo dele, simplesmente foram abandonados pelo povo. E assim, vários foram os fenômenos desconhecidos eleitos pela primeira vez, todos da órbita política de Bolsonaro. Na verdade, o povo deu um basta à política tradicional que levou o Brasil ao descrédito, ao endividamento, à corrupção, ao suborno e ao empobrecimento. Com isso, partidos políticos como o PT e o PSDB, junto com o MDB, dignos representantes da velha política que imperou desde a redemocratização, fossem totalmente menosprezados e ignorados. É óbvio que os candidatos que irão concorrer no segundo turno, caso não estejam alinhados com Bolsonaro, serão também abandonados. Somente serão eleitos aqueles que estiverem juntos com Bolsonaro. O sentimento de mudança que foi claramente demonstrado, desde os movimentos populares de Abril de 2.013 contra Dilma, culminou agora com a derrota humilhante sofrida por ela, em Minas Gerais, quando não conseguiu se eleger ao Senado Federal, havendo dois cargos disponíveis. Claro que a continuidade de Renan Calheiros na vida pública destoa das derrotas sofridas pelo Sarney, Dilma, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Lindeberg Farias, Suplicy, Richa, Alckmin, Marina, Ciro, e tantos outros que se recusaram a acompanhar as novas tendências, onde a moral superou a ideologia.
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