HUM TUPÃ

*Roberto Kawasaki No artigo anterior, salientei a necessidade de se buscar condições mínimas de governabilidade que possam criar, de forma significativa, ambiente competitivo e empreendedor na sociedade brasileira. Obviamente que neste momento de grandes expectativas de início de governo, uma questão é estratégica: reforma da Previdência Social. Embora a maioria da população brasileira seja resistente às mudanças propostas no sistema previdenciário, a verdade é que não há mais capital de giro de recolhimentos previdenciários para pagar os benefícios concedidos, sejam eles normais ou especiais. E o que é pior, o déficit previdenciário está crescendo absurdamente, levando o quadro para uma conjuntura desesperadora: se aproxima o dia em que os beneficiários e pensionistas, ao chegar o dia do saque, não encontrarão saldo disponível nas agências bancárias, caixas eletrônicos ou internet bancária. A verdade é que contra fatos não há argumentos. A realidade dos números é devastadora, independentemente das ideologias. Os números incluem tempos de Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e agora, Bolsonaro. Sendo que foram promovidas reformas que não conduziram à estabilidade econômica e sobretudo, financeira da Previdência Social. Chegou a hora da verdade. Certamente que outras reformas são prementes para gerar uma situação transparente para a Economia Brasileira. Mas deve-se começar pela Previdência Social, inevitavelmente. Outro grande desafio é propiciar absorção de mais de 12 milhões de desempregados e mais de 30 milhões de subempregados que atuam na informalidade, prejudicando ainda mais a receita da Previdência Social. De fato, um PIB que cresce 1,1% ao ano, é totalmente incapaz de impactar na criação de empregos novos e permitir a recontratação de antigos cargos e funções. Por outro lado, vivemos, como todos sabem, a chamada Quarta Revolução Industrial, com todas as características sombrias da Indústria 4.0, que convenhamos, não é favorável à criação de novos empregos que possam absorver o exército industrial de reserva, na feliz expressão de Karl Marx. Como me expressei no artigo anterior, atrair novos investidos do capital internacional é crucial. Porém é insuficiente para gerar condições de reabsorver os desempregados, seja porque o nível de escolaridade é muito abaixo das revoluções tecnológicas que se apresentam no front, ou porque empregos tradicionais estão sendo destruídos. Dias atrás, conversava com o Administrador Gustavo Gaspar, que intermediou seguidas Visitas Técnicas da FACCAT na Volkswagen em São Bernardo do Campo em 2003. Na época, eram mais de 60.000 funcionários, hoje não chega a 6.000. Os 56.000 colaboradores foram para onde?

Santa catarina

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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