Nosso problema central
21/05/2019
Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT e colunista Tupacity.
* Roberto Kawasaki Vejam só. É muito repetitivo expressar aqui neste espaço, gentilmente cedido pelo editor, a respeito da gravíssima crise econômica que permeia a Economia Brasileira, notadamente o setor público, principalmente o financeiro. De fato, o Brasil não consegue combater doenças infecciosas que são de séculos anteriores, como a febre amarela, dengue, e tantas outras. Estamos sempre a reboque dos fatos e acontecimentos. Não há planejamento, não há recursos financeiros, materiais e humanos para executar gestão pública com eficiência e zelo. Lamentável e dramático, senão trágico. Repetitivamente tenho escrito e contado com as intermináveis paciências do leitor e leitora, para enfatizar o endividamento e déficit públicos, que impedem políticas públicas que venham ao encontro dos anseios da população brasileira. No caso da Educação, em que pese as legítimas manifestações dos educadores, que defendem a Educação Pública e portanto, a não diminuição do Orçamento Público Educacional, é preciso efetuar um corte drástico em todos os segmentos, desde orçamentos militares até a setor educacional. Porque o Orçamento Público Federal foi aprovado no ano de 2018, com perspectivas de crescimento do PIB acima de 2,5% em comparação ao ano de 2017. Portanto, havia previsões de que as Receitas Públicas pudessem ter um crescimento real e assim, bancar despesas correntes compatíveis com esse crescimento da receita. Contudo, 4 meses do ano de 2019 se passaram, ou seja, 1/3 do ano se foi. Infelizmente as previsões não se confirmaram, nem as receitas públicas tampouco o crescimento do PIB. Tenho insistido aqui que a Economia Brasileira pode crescer somente 1% ao ano. De forma otimista, organismos públicos e privados previam um crescimento do PIB ligeiramente melhor que 2018. Obviamente que estavam errados. Ou seja, é necessário ajustar as despesas correntes e principalmente de custeio da máquina administrativa pública, à arrecadação tributária. Que diga-se, tem se mostrado muito abaixo das previsões otimistas. Não adianta reclamar. O que comanda a vida e o mundo é o dinheiro, é o capital. De outro modo, há que se fazer reforma universitária nacional, visando criar projeto que tenha a capacidade de agregar governo-universidade-empresa para financiar programas de pesquisa científica e tecnológica. As verbas orçamentárias educacionais devem somente bancar ensino e extensão, haja vista que as restrições orçamentárias são absolutamente incontornáveis, ao menos a curto e médio prazos. Observem que o quadro de penúria se alastra para todos os segmentos governamentais. Saúde Pública, Previdência Social, Segurança Pública, Habitação, Saneamento, etc. O Brasil necessita encontrar meios de captar poupança pública e privada para financiar as ações governamentais e principalmente investimentos que façam crescer o PIB. Aí reside nosso problema central.
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