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Como já escrevi anteriormente, expressando minhas considerações tranquilizadoras quanto à conduta da Diretoria anterior do Banco Central-Bacen, comandada pelo economista Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-Presidente Bolsonaro, devo também agora, trazer afirmativas favoráveis quanto à conduta esperada da nova Diretoria do Bacen, comandada por Gabriel Galípolo, indicado pelo Presidente Lula.

A bem da verdade, é continuidade da mesma Política Monetária, que se insere na Política Econômica governamental, tanto Campos Neto quanto Galípolo, fazem avaliações técnicas de Macroeconomia e Microeconomia corretas, interpretando dados econômicos, indicadores, gráficos e tabelas de Estatística Econômica, Matemática Financeira e Econometria, que culminam em diagnósticos e prognósticos racionais. Senão vejamos.

O Bacen acaba de elevar a taxa SELIC, taxa básica de juros que remunera os títulos de Dívida Pública Federal de 12,25% para 13,25% e que, sobretudo, indica o patamar para as demais taxas de juros do mercado financeiro. Se de um lado, eleva o custo de rolagem dos supracitados títulos de Dívida Pública Federal, prejudicando as contas públicas, aumenta também o custo financeiro dos financiamentos de investimentos privados de toda a Economia Brasileira, de outro lado, reduz os níveis de consumo de mercadorias e serviços disponibilizados, através da contenção das vendas a prazo, com isso, traz novo equilíbrio macroeconômico entre Oferta e Demanda de bens e serviços, condição fundamental para que a autoridade econômica federal possa monitorar o vai e vem das taxas de inflação.

Sem sombras de dúvidas, trata-se de elevação de 1% na taxa SELIC, algo significativo em se tratando de gestão da base monetária e meios de pagamento. Contudo, é crucial que assim fosse feito, para trazer estabilidade e previsibilidade na administração da Política Monetária e na Política Econômica, tendo em vista o cenário internacional de turbulências, mercado interno de instabilidade na taxa de câmbio, taxa de inflação fora da meta inflacionária e oscilações preocupantes nos índices da B3. Com tudo isso, não restava à atual diretoria do Bacen, de forma unânime, tal qual a diretoria anterior, tomar a medida dura e amarga de elevar a taxa SELIC para 13,25%. Caso contrário, o desequilíbrio do Mercado - leia-se Oferta e Demanda – conduziria ao descontrole das taxas inflacionárias, prejudicando todos os agentes econômicos, principalmente os mais necessitados que seriam afetados nos preços maiores dos alimentos.

Ao governo federal de Lula, resta um único caminho: trazer contas públicas controladas e previsíveis, para não pressionar o montante da dívida pública e com isso, permitir que sejam obtidos recursos financeiros para financiar investimentos públicos-privados em infraestrutura, gargalo do crescimento do PIB maior sem comprometimento inflacionário e aumentar a oferta de bens e serviços. Assim procedendo, as futuras taxas SELIC poderiam ser reduzidas, permitindo, outrossim, investimentos que trariam elevações da produtividade, subir a renda de toda a população e fomentar a qualidade de vida de toda a população.

Amor Saúde

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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